Alunos transformam crianças com deficiência em super-heróis

Estudantes da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), em Minas Gerais criaram um projeto social para o evento de empreendedorismo: “Bota pra fazer Unifei”. Neste ano, a iniciativa da equipe Happyxel destacou-se ao fotografar crianças com deficiência e as colocarem no papel de super-heróis do cinema. 

“Todo conhecimento adquirido não tem valor algum se não for utilizado como ferramenta para uma mudança positiva.” (André Ferreira)

O estudante universitário André Ferreira, conta que cada um dos apoiadores se propôs a utilizar os próprios conhecimentos para ajudar na empreitada.

“Foram nove alunos que participaram da equipe e um professor da Unifei, que ficaram responsáveis pela filmagem e edição e na organização do projeto e sua execução”, explica.

A ideia era resgatar e revelar a força interior das crianças que são retratadas nas fotografias.

Ensaio fotográfico

Foto: Reprodução

Os universitários dos cursos de engenharias mecânica aeronáutica, mecânica, controle e automação, produção; química e ciência da computação, além do professor convidado, fizeram as fotografias das crianças que têm deficiência intelectual. 

“Nosso objetivo foi fazer as crianças se sentirem super-heróis por um dia. O projeto tinha que ter impacto na autoestima delas”, declarou Leonardo Santos. (Estadão)

O universitário de 22 anos ficou com a responsabilidade de editar as fotografias e mudar o cenário, mas essa não foi a tarefa mais difícil. “O nosso maior desafio foi manter as crianças focadas durante o ensaio fotográfico, porque após alguns minutos elas já queriam conversar e brincar.” 

Foto: Reprodução

Segundo a diretora da escola, Neide Hiene, a ação foi extremamente importante para animar as crianças. Lá, 90% dos alunos possuem algum tipo de deficiência intelectual.

“O que a gente sente é que o que acontece de diferente para eles é especial. Eles se sentem com a autoestima elevada”, enfatiza a diretora.

Neide diz ainda, que enxergou, na ação, o carinho dos alunos da universidade com as crianças da escola e que isso foi extremamente importante para elas.

“Acho que a sociedade precisa se envolver como um todo e olhar por essas crianças, porque elas são muito carentes de todos os sentidos. Não só monetariamente, mas também de carência afetiva”, ressalta.

Inspiração

Foto: Reprodução

A ideia foi inspirada no trabalho do fotógrafo norte-americano Josh Rossi, que realizou um projeto semelhante com crianças que sofrem graves doenças. A partir daí que os estudantes quiseram proporcionar um dia diferente para os alunos.

“Ter a oportunidade de aplicar seus conhecimentos, por mais sucintos que sejam, para realizar uma mudança social, ajudando no que for possível, não tem preço. Levar alegria, mesmo que seja por um dia, e mostrar que todos podem ter sucesso apesar de suas limitações é uma experiência incrível”, diz André.

Boas ações

Foto: Reprodução

O projeto social chamado “Bota Pra Fazer” concentra-se em incentivar estudantes a trabalharem em ações voluntárias com a sociedade.

Participaram do projeto crianças de 6 a 12 anos com deficiências intelectuais, autismo, hiperatividade, deficiência no processamento de informações, deficiência auditiva e síndrome de Down. 

Ao todo, 11 dessas crianças foram fotografadas fantasiados de super-heróis de histórias em quadrinhos e do cinema: Homem-Aranha, Lanterna Verde, Flash, Super-Homem, Batman, Capitão América e até o vilão Darth Vader, entre outros.

Foto: Reprodução

E, com a mágica da edição, o ensaio fotográfico foi transformado em pôsteres e entregue de presente para as crianças ao final do projeto.

“Foi extremamente gratificante ver a reação delas ao receberem o presente. Algumas crianças chegaram a questionar: ‘sou eu mesmo?’ Todas elas receberam a pôster com um sorriso imenso. Era muita alegria expressa também no olhar”, comenta Gonçalves Jr., que fez as fotos juntos com os estudantes Murilo Buscariolo e Leonardo Santos.

O estudante Murilo Buscariolo, que fotografou as crianças declarou: “Aprender sobre fotografia é algo pelo qual sempre fui muito grato. Mas poder aplicar o que aprendi para trazer um pouco mais de alegria a esses serzinhos tão especiais é extremamente gratificante”.

Um novo olhar

Para as crianças foi uma chance de se enxergarem de maneira diferente por um dia. Para os universitários, foi a oportunidade conhecer novas histórias de vida e expandir a visão para fora dos muros da faculdade.

Veja o vídeo:

Com informações: G1 / Estadão / Uol

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