Rara coincidência: Hoje tem Superlua, Lua Azul e Lua de Sangue
Algo singular. Um combo de fenômenos celestes que não acontece há 150 anos.
Um eclipse total lunar, uma superlua, lua azul e a chamada lua de sangue, com possibilidades de serem visualizadas em algumas partes do mundo nesta quarta-feira(31).
Fenômenos que vão acontecer nesta quarta:
Eclipse lunar
O fenômeno astronômico ocorre quando a Lua passa pela sombra da Terra, o que não ocorre todos os meses porque a órbita da Lua está ligeiramente inclinada com relação à da Terra em torno Sol.
Neste 31 de janeiro, a Terra, o Sol e a Lua vão se alinhar, provocando um eclipse lunar total.
Na América do Norte, o eclipse será visível antes do amanhecer de 31 de janeiro.
Também ficará visível na Ásia, Austrália, Nova Zelândia e no leste da Rússia. Mas não na maior parte da América do Sul, da África e da Europa Ocidental.
Lua Azul
Lua Azul. Embora não seja exatamente um evento astronômico (e a Lua não fica azul). Tem, sim, a ver com a nossa forma de registrar o tempo. No calendário lunar, um mês (ou um ciclo lunar) dura 29,5 dias. O calendário gregoriano, que é o que estamos acostumados a usar, tem de 30 a 31 dias. Graças à essa diferença, de tempos em tempos temos duas luas cheias no mesmo mês. E a segunda Lua cheia de um mesmo mês é chamada de Lua Azul – e a última apareceu em 2 de julho de 2015.
Superlua
A SuperLua é uma Lua proporcionalmente maior e mais brilhante do que estamos acostumados a ver no céu, como você talvez tenha reparado no dia 1º de janeiro, quando uma Superlua fez a primeira aparição em 2018.
Para atingir esse ápice de tamanho, a Lua precisa passar por dois fenômenos distintos ao mesmo tempo.
Em primeiro lugar, precisa estar na fase cheia. Em segundo lugar, precisa estar mais próxima da Terra que o normal. Isso só acontece porque a órbita da lua é elíptica. Ou seja, o caminho que ela faz ao redor da Terra não é um círculo perfeito. Por isso, a distância do satélite em relação à Terra varia bastante. O momento em que a Lua passa mais longe do planeta é chamado de apogeu. Já a posição quando ela se encontra mais próxima é chamada de perigeu.
A categoria de Superlua é dada para qualquer Lua cheia que apareça nessa região da direita da órbita que você está vendo na imagem – quando a lua parece 14% maior e 30% mais brilhante.
Lua de Sangue
O nome pode até assustar. Mas, é apenas um apelido dado à Lua durante um eclipse lunar total, no qual a posição da Lua e a da Terra se alinham de forma que o nosso planeta fica exatamente entre o satélite e o Sol.
Quando isso acontece, a Lua perde a aparência branca e brilhante e ganha um tom avermelhado, que justifica o apelido.
Portanto, o que vai ser possível ver no dia de hoje, 31 de janeiro de 2018, é uma cominação rara de uma segunda Lua cheia mensal, que por sua vez também será maior e mais brilhante que o normal até o eclipse, quando ela deve ficar não só grande, mas também avermelhada.
Nos céus do Brasil podem ser vistos uma lua enorme, e com o tom azul, mas o eclipse não será visível.
Segundo Claudio Bevilacqua, astrônomo e físico do Observatório Astronômico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A quase totalidade da América Latina e a maior parte da África e da Europa Ocidental também estão na zona que não conseguirá ver o eclipse, tanto pelo fuso horário quanto pela órbita terrestre.
“A posição da órbita da Lua é mais favorável à visualização no hemisfério Norte. (O eclipse com lua avermelhada) vai ser visto na Ásia e na costa oeste dos EUA”, diz o especialista.
A Nasa informa que a região ideal para ver essa rara combinação é justamente no oeste americano. E trata-se de algo bastante raro: a última ocorrência de um eclipse total de “superlua azul de sangue” nos EUA foi há cerca de 150 anos, em março de 1866.
Segundo a agência espacial americana, essa coincidência fará do 31 de janeiro um dia “especial”. “É a terceira de uma série de ‘superluas’, quando a Lua está mais perto da Terra em sua órbita – algo conhecido como perigeu – e cerca de 14% mais brilhante do que o normal”, diz a Nasa em Comunicado.
“É também a segunda lua cheia do mês, (fenômeno) conhecido como ‘lua azul’. E a superlua vai passar pela sombra da Terra, com um eclipse total. Enquanto a Lua estiver na sombra terrestre, terá um aspecto avermelhado, algo conhecido como ‘lua de sangue’.”
A Nasa transmitirá a raridade pela internet, pelo perfil @NASAMoon no Twitter e pelo site nasa.gov/live.
Com informações: Super Interessante / BBC Brasil / Terra