O caranguejo santo: uma lenda do mangue na narrativa de Arlindo Cabocllo
Mal despontam de seus esconderijos no mangue e logo a mão de um caçador os apanham. Eurípedes é um desses algozes, mas é dali, da cata de caranguejos que retira o seu sustento. Em uma dessas idas ao seu local de trabalho encontra um da espécie Uçá. Na carapaça do crustáceo, uma imagem chama atenção do catador e do amigo Bonifácio: a de uma santa.
Essa é a história contada no livro “O caranguejo santo”, do autor pernambucano de Arcoverde, Arlindo Cabocllo, geógrafo e professor em uma escola da rede estadual de educação da Paraíba. A obra é a primeira do escritor e levou 14 anos para ser publicada. “Escrevo há mais de vinte anos”, diz. “Além de escrever outros livros paralelos, padeço de perfeccionismo”, brinca o professor em entrevista ao Conexão Boas Notícias.
O escritor buscou o enredo do livro em uma “estória” real. “Foi inspirado num catador de caranguejos, morador de Várzea Nova, no município paraibano de Santa Rita, que durante uma de suas tantas idas ao mangue encontrou um caranguejo Uçá supostamente com a imagem de uma santa estampada na carapaça do bicho”, conta. “Tive conhecimento do fato inspirador, conversando por acaso com alguns moradores locais”, relembra.
Fã das histórias de Sherlock Holmes, enxergou no caso o fundo para uma narrativa. “Já me veio à cabeça o início e o final, pois é assim que escrevo”. Os personagens surgiram logo em seguida e depois foi só encaixar os diálogos elaborados dia a dia. “Às vezes, afloravam na minha cabeça do nada e outros apareceram através de simples conversas do cotidiano”, explica o processo criativo da obra.
Nas 80 páginas da obra, além de Eurípedes, o personagem principal, estão Santinha, esposa do pescador, Bonifácio, melhor amigo de Eurípedes, Seu Ariano, um escritor contador de estórias, Zequinha Boca-Larga, político enganador e Cabo Justino, um honrado policial detetive.
Além da “estória” misteriosa, reflexões também são levantadas no livro como as questões ambientais relacionadas ao habitat do caranguejo, a extinção da espécie, a diminuição da quantidade de crustáceos provocada pela destruição do mangue pela retirada da vegetação para o plantio da cana-de-açúcar, criação de criação de camarão, além da poluição dos rios.
A pobreza, a mendicância como meio de vida, a falta de saneamento básico e a má utilização da política estão entre as críticas sociais da obra. A manipulação da verdade é outro tema presente. “Isso aparece na narrativa através daquilo que as pessoas, por alguma necessidade, seja ela, emocional, de saúde, financeira querem acreditar por sugestionamento de outrem como solução para seus problemas”.
Em “O caranguejo santo”, surpresos com a descoberta, os amigos decidem expor o crustáceo com a imagem da santa na casa de um deles e cobram uma taxa para visitação do Uçá. “O grande questionamento existencial do personagem principal é se somos resultado de nossas ações ou se todos nós nascemos com destino traçado por algum deus”, destaca Arlindo Cabocllo.
Por Marcella Machado, da redação do Conexão Boas Notícias
Parabéns pela reportagem ao divulgar professor Arlindo Cabocllo, pois o livro de sua autoria tem uma narrativa surpreendente para quem escreve pela primeira vez.
Excelente obra. Publicada por um grande escritor.
Gostei muito do livro pela mistura de regionalismo como suspense sherloquiano e parabéns ao Conexão Boas Notícias por está divulgando novos autores.
“Excelente Obra. Um mergulho pitoresco ao universo da realidade social que assola o humilde povo brasileiro. “
Melhor professor de geografia muito bom o livro
O professor Arlindo Cabocllo estar de parabéns. O livro é cheio de surpresa, no qual faz o leitor fazer uma verdadeira odisséia na história, sem fugir do regionalismo fantástico a moda Ariano Suassuna.
Inexplicável essa obra. Arlindo cabocllo parabéns. queremos outro livro.
Inexplicável essa obra. Parabéns Arlindo cabocllo.
Parabéns pela reportagem, uma obra bem elaborada que leva o leitor a fazer uma conexão com narrativas holísticas refutando as mesmas com fatos do cotidiano. Obra fascinante. Abraço ao amigo Arllindo Cabocllo e a esta esclarecedora entrvista.
Meu grande amigo parabéns arlindo cabocllo
Excelente. Onde consigo o livro. Endereço do site e loja física
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Cheguei nesse livro, pesquisando sobre essa história. Minha mãe que me contou ela morava na época perto do pescador lá em várzea Nova, e ela disse que chegou a ver o caraguejo com o santo no casco. Isso realmente foi verdade sim.
Excelente obra ! Um trabalho desmistificador e com um arcabouço social,político e econômico do grande professor Arlindo Caboclo.P Parabéns pela obra.