Futurismo artístico: museu digital tridimensional de Tóquio
Luzes coloridas mergulham o espectador em um mar de tecnologia travestido de arte. São dez mil metros quadrados de um espaço tridimensional, regido por 520 computadores e 470 projetores. É o museu digital de Tóquio, prédio oficialmente chamado de Mori Building Digital Art Museum: teamLab Borderless.
Criado pelo coletivo teamLab, da Universidade de Tóquio, o museu surge com um objetivo claro: libertar a arte das restrições físicas. “As obras de arte saem livremente das salas, formam conexões e relacionamentos com as pessoas, comunicam-se com outras obras, influenciam e às vezes se misturam umas com as outras”, explica Toshiyuki Inoko, co-fundador da teamLab.
Sem sair do lugar é possível escalar montanhas, estar no meio de uma floresta e acompanhar o movimento de diversos povos nativos. Nos espaços mais interativos, o público pula em uma cama elástica iluminada, flutua entre as luzes, comanda uma mesa viva e se perdem nas famosas lâmpadas coloridas japonesas.
“Acreditamos que a arte digital pode ampliar o conceito de beleza”, resume o teamLab em seu manifesto. O museu está dividido em cinco universos diferentes, com cerca de cinquenta obras espalhadas.
A montagem do espaço reuniu aproximadamente quinhetos “ultratecnólogos”, artistas, engenheiros, programadores de computador, matemáticos, especialistas em robótica e arquitetos.
O ambiente proporciona uma experiência única. As obras expostas não são consideradas animações pré-gravadas ou imagens em loop. Segundo os responsáveis pelo espaço, tudo é em tempo real. “O fato de o universo se transformar com a presença do outro é muito importante para nós. Faço parte da obra assim como os demais visitantes”, comenta Toshiyuki Inoko.
A estreia do museu digital de Tóquio está marcada para o dia 21 de junho. A entrada custará 3.200 yenes (24 euros, 28 dólares) e espera atrair um grande público com a aproximação dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020.
O percurso do teamLab
O projeto do teamLab surgiu em 2001, por iniciativa de Toshiyuki Inoko e de colegas da Universidade de Tóquio, estudantes de Engenharia. Só em 2011, na cidade de Taipei, o grupo começou sua atuação efetiva no campo artístico, até fazer parte da galeria de Nova York Pace Gallery, em 2014.
A primeira exposição do grupo no Japão foi realizada um ano depois. Deste então, o trabalho artístico futurista do teamLab chegou em Londres, no Vale do Silício, na China, entre outros lugares do mundo, até a fundação de uma espaço exclusivo, o Mori Building Digital Art Museum: teamLab Borderless.
Com informações: AFP