Carlos Eduardo Costa Pereira: ‘Minha meta agora é ser doutor em trombone’
Concluinte do Ensino Médio, em 2017, na Escola Estadual Adalgisa Teódolo da Fonseca, de Itaporanga, na Paraíba. O estudante Carlos Eduardo Costa Pereira, recém-aprovado no curso de Música da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), está no caminho certo para a realização do seu sonho: “ser um trombonista reconhecido fora do país”.
A alegria está estampada no rosto do jovem de Itaporanga, e no coração um desejo enorme de aprender e se aperfeiçoar na música. Mas nem sempre a oportunidade de seguir o seu sonho esteve presente, contou Carlos.
Projeto Prima
No início ele tocava em uma banda da cidade precisando revezar o instrumento que utilizava com outros estudantes, e essa espera dificultava sua evolução na música.
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“Tudo mudou depois da chegada do Prima!”
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Com estas palavras Carlos Eduardo exprime o sentimento de gratidão. Ele diz também que “no programa, pude tocar um instrumento pela primeira vez. Com acesso total a ele, pude aprender e evoluir no meu sonho de estudar música”.
Banda Marcial
Após sua passagem pelo Programa de Inclusão Através da Música e das Artes (Prima), Carlos Eduardo continuou a tocar trombone de vara na Banda Marcial Júlia Mendes, da Escola Estadual Adalgisa Teódolo da Fonseca, e este ano recebeu a notícia que tanto esperava, sua aprovação no curso de Música da UFPB.
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“Pra mim, além da realização do meu sonho, é uma alegria manter a tradição da cidade de Itaporanga, conhecida como a cidade dos músicos”, enfatiza o estudante.
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Um trabalho coletivo
O gestor da escola estadual onde Carlos Eduardo estudou, Geraldo Pedro de Souza, destacou a importância do investimento do Governo do Estado nas escolas da Rede Estadual de Ensino. “Recebemos a notícia da aprovação do nosso aluno com muita satisfação, porque para o aluno é a realização de um grande sonho, resultado de um trabalho coletivo, de toda a equipe da escola. A mãe veio à escola dar a notícia emocionada de tanta alegria. Carlos é mais um exemplo do apoio que as escolas públicas têm recebido da atual gestão do Governo do Estado e da Secretaria de Educação. Ano passado tivemos um aluno aprovado em 5º lugar no curso de Medicina, além de outras aprovações que nos deixam orgulhosos”, declarou o gestor.
Mãe: fã número 1
A mãe do aluno, a auxiliar de serviços gerais Maria José Costa Pereira, falou da emoção de saber que seu filho entrou na universidade. “Eu sou mãe e pai dele, então, pra mim, essa conquista é uma alegria imensa”.
A caminhada de Carlos Eduardo está apenas começando. Depois de entrar na universidade, ele quer conquistar ainda mais. “Minha meta agora é ser doutor em trombone e ser reconhecido musicalmente não só aqui, mas também lá fora. Essa é a minha motivação!”, finalizou o aluno, que dará continuidade aos seus estudos, agora em João Pessoa (PB).
O instrumento: trombone de vara
O trombone foi o primeiro instrumento de cobre que apresentava a vara móvel.
É um aerofone da família dos metais cuja invenção remonta ao século XV. Seu nome deriva do italiano e significa trompete grande. É mais grave que o trompete e mais agudo que a tuba, não é um instrumento transpositor, tem sua notação na clave de fá – para as regiões grave e média da tessitura – e clave de dó na quarta ou terceira linha – para os médios e agudos.
De modo eventual, especialmente na composição francesa e para a região aguda, o trombone tem sua notação em clave de sol. A família do trombone apresentava originalmente os instrumentos soprano, contralto, tenor e Baixo. Ao longo dos séculos alguns tipos foram caindo em desuso.
A antiga trompa
Da trompa primitiva importado do Egito à construção em cobre, em prata e, mais tarde na Idade Média, “Oricalchi” (liga especial idêntica ao latão) onde o nome dos “Oricalchis” aos instrumentos de metais e de sopros trazem às origens: o trombone de vara. A antiga trompa era de forma reta, com um bocal em sua extremidade superior enquanto que, em sua extremidade inferior se formava uma campana, representando a cabeça de um animal.
Documentações e pinturas de Peregrino, como as que se conservam no Escorial (Palácio dos Reis) em Madrid, levam a crer que um dos primeiros trombones de vara foi inventado e usado por Spartano Tyrstem no final do século XV.
Não se sabe ao certo como era chamado o trombone de vara antes do século XVI. A partir daí, o “Sacabucha” era tratado na Itália por “trombone a tiro” (trompa spezzata); na Alemanha, “Zugpousane”; na Inglaterra, “Sackbut”; e na França, “trombone à coulisse”.
A vara
O instrumento possui um mecanismo de êmbolo – chamado de vara. Esta parte é móvel e, usando um dos braços, o trombonista pode esticá-la por mais seis posições além do êmbolo fechado totalizando sete posições. Musicalmente a distância de uma posição para outra significa um semitom o que significa dizer que a nota que esteja soando na primeira posição pode ser abaixada em até uma quarta aumentada (6 semitons). Esta é igualmente a extensão máxima para o efeito glissando, típico do trombone. Por isso, à época, foi considerado o mais perfeito instrumento de bocal.
Hoje o atual trombone de vara tenor em sib usado em diversos países, tendo preferências nas Jazz-bands, bandas sinfônicas, orquestras de estações de rádios, orquestras de salão, orquestras sinfônicas e filarmônicas, o qual, pela exata proporção das medidas entre suas várias partes e a ótima qualidade do metal empregado em sua fabricação, permite obter afinação precisa e formosa qualidade de som, realizando assim todas as exigências da orquestração moderna.
Com informações: Secom / Wikipedia
Texto adaptado e reescrito por Josy Gomes Murta, da Redação do Conexão Boas Notícias