Startup brasileira passa em seleção mais disputada que Harvard, pela segunda vez

Quero Educação, a startup brasileira de São José dos Campos, no interior de São Paulo foi aprovada pela segunda vez em um novo programa da instituição, chamado YC’s Growth Program.

Passar em uma seleção da Y Combinator, não é nada fácil. Na aceleradora do Vale do Silício (Estados Unidos), de 1 a 2% das startups que concorrem são de fato selecionadas – na prestigiada Universidade de Harvard, a taxa de aprovação é de 5%.

Quero Educação fez parte de mais um programa de aceleração da Y Combinator, que investiu em negócios como Airbnb, Dropbox e Reddit.

Idêntica a uma pós-graduação, focada em startups que estão mais sólidas – dezenas de funcionários e um investimento  Série A no bolso. É uma fatia selecionada, já que apenas 100 companhias das mais de 1.200 ativas e aceleradas pela Y Combinator possuem mais de 50 empregados.

Bernardo de Pádua, presidente da Quero Educação. Foto: Reprodução

“Somos a única startup brasileira aprovada que tem o foco em um mercado internacional para eles, que é o Brasil. É como estar em um parque de diversões, encontrando nossos ídolos”, declara Bernardo de Pádua, presidente da Quero Educação.

Após o programa, a empresa possui metas ainda mais expressivas do que antes – ser um “Airbnb das escolas”, citando a gigante de mais de 30 bilhões de dólares em valuation (cerca de 117 bilhões de reais, na cotação atual).

Diferentemente de um programa de aceleração, o YC’s Growth Program não é um programa estruturado de mentorias e metas. O objetivo é estruturar companhias para crescerem, com base nas melhores práticas do Vale do Silício.

Diálogos e oportunidades

Para se ter um ideia melhor como funciona: os empreendedores passam 11 semanas na região e jantam com executivos tanto de dentro quanto de fora da rede Y Combinator. Cada encontro foca em um problema que as startups devem superar para escalarem suas soluções – e é uma oportunidade valiosa de networking.

A Quero Educação acabou de terminar o programa. “Nosso grande desafio é desenvolver a startup para uma escala mundial. Queríamos ver como as empresas daqui crescem do nosso patamar para milhares de funcionários. Discutimos problemas como crescimento, desenvolvimento de produto, gestão de equipes, investimentos e IPOs, marketing e vendas B2B [entre empresas]”, afirma Pádua.

A startup falou com executivos de gigantes como Airbnb, Amazon, Google, Instacart e Netflix.

Quero Educação
Foto: Reprodução

Criada em São José dos Campos, no interior de São Paulo. É um caso raro de startup que se tornou lucrativa desde cedo. O negócio tem contas no azul desde 2013, ajudado por cortes nos financiamentos governamentais Fies, Pronatec e Prouni.

Logo atraiu investimentos-anjo no valor total de 2,5 milhões de reais, por parte de personalidades como Julio Vasconcellos, fundador do site de compras coletivas Peixe Urbano.

A startup teve receita de 50 milhões de reais no ano passado, matriculando mais de 150 mil estudantes no ensino superior. Hoje, possui mais de 300 funcionários.

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“As pessoas precisarão de mais formação se quiserem ter um trabalho”, analisa Pádua.

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Foto: Reprodução

Completam a equipe de sócios Lucas Gomes e Thiago Brandão, todos engenheiros de computação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

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“O conhecimento será a diferença entre o sucesso e a falha no futuro”, salientou Geoff Ralston, sócio da Y Combinator.

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Ele ressalta: “Achamos que o que a Quero Educação está fazendo pode ser aplicado em uma escala global. Financiamento estudantil é um grande problema mesmo em países como os Estados Unidos.”

Portal Quero Bolsa

Foto: Reprodução

O produto mais conhecido da Quero Educação é o portal Quero Bolsa, uma espécie de “Airbnb de escolas”. O site recebe 40 milhões de visitas anualmente, com usuários buscando o melhor curso de graduação e pós-graduação entre as 1.300 instituições de ensino superior cadastradas.

As bolsas variam de 5 a 70%, com uma média de 40% de desconto – o que não vale para cursos mais restritos em número de vagas e infraestrutura, como Medicina.

Após consultar com um dos 100 funcionários de atendimento da Quero Bolsa, por canais como ligações e WhatsApp, o estudante faz sua pré-matrícula pelo marketplace e garante seu desconto. A startup se monetiza por meio de um acordo com as faculdades: a primeira mensalidade paga pelo estudante irá para a plataforma.

Em seguida o YC’s Growth Program, a Quero Educação vai colocar seguir mais adiante. O foco ainda está no Brasil, mas o negócio está de olho em mercados similares, como Índia, Indonésia e México. A startup planeja crescer 10 vezes nos próximos cinco anos.


Com informações: Exame

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