Mulheres na Ciência 2018: Vencedoras do Prêmio
Sete cientistas foram as vencedoras do Prêmio L’oreal – Unesco – ABC para Mulheres na Ciência.
A premiação acontece há treze anos, e reconhece cientistas com uma bolsa-auxílio de R$ 50 mil reais em quatro categorias: Ciências da Vida, Química, Matemática e Física.
A edição 2018 bateu recorde de inscrições: ao todo, foram registradas 524 inscrições, 34% a mais que em 2017. A entrega da premiação acontecerá em 4 de outubro, na sede da L’Oréal, no Rio de Janeiro (RJ).
Todo ano, os jurados escolhem trabalhos com potencial de encontrar soluções para importantes questões de saúde, ambientais e econômicas.
Conheça as cientistas vencedoras em 2018:
Ciências da Vida
Angélica Vieira: estudo sobre resistência de bactérias a antibióticos
A bióloga Angélica Vieira, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), dedica-se a um tema de grande repercussão mundial: a resistência a antibióticos; causa de morte de 700 mil pessoas todos os anos.
Especialista em Imunologia, a cientista mostra que uma possível solução pode estar mais perto do que se pensa: dentro do próprio organismo humano. Em seu projeto, Angélica procura descobrir os efeitos de uma alimentação balanceada através das bactérias benéficas que habitam o corpo, já que elas produzem substâncias – chamadas de metabólitos – que auxiliam no combate a bactérias “invasoras”.
Ethel Wilhelm: projeto sobre terapias eficazes para causas de dores em idosos
A bioquímica Ethel Wilhelm, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), dedica-se ao tema do envelhecimento populacional. Pacientes idosos em tratamento contra o câncer – doença diretamente relacionada ao envelhecimento das células, entre outros fatores – costumam se queixar de efeitos adversos, como as dores nas extremidades do corpo.
Em seu projeto, a cientista busca entender as causas das dores para desenvolver terapias mais eficazes que levem em conta as especificidades dessa faixa etária. Uma pista pode estar na relação entre a quimioterapia e o estresse oxidativo; tema em que Ethel é especialista.
Fernanda Cruz: estudo busca por tratamentos menos invasivos para asma grave
Especialista em medicina regenerativa, a pesquisadora Fernanda Cruz é recém-concursada do Laboratório de Investigação Pulmonar (LIP) do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF/UFRJ).
A médica dedica-se ao estudo de problemas respiratórios crônicos desde sua iniciação científica, feita na mesma Instituição. O foco da cientista e seu grupo é buscar tratamentos menos invasivos para a asma grave e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que se tornaram mais comuns no cenário de envelhecimento da população. A pesquisa propõe o uso de monócitos em vez de células-tronco.
Sabrina Lisboa: projeto estuda terapia mais eficaz para pacientes com Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Sabrina Lisboa, biomédica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo busca uma terapia eficaz para pacientes que sofrem de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), uma condição que atinge cerca de 8% da população mundial. Atualmente é preciso combinar diversos medicamentos para o tratamento, o que aumenta os riscos de efeitos colaterais.
O grupo de pesquisa da pós-doutoranda da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo procura, portanto, entender as alterações que acontecem no cérebro de quem desenvolve o TEPT através de modelos experimentais. A partir das descobertas, um dos medicamentos já avaliados como uma possível terapia é um composto sintético semelhante ao THC encontrado na cannabis.
FÍSICA
Jaqueline Soares: projeto busca criar próteses ortopédicas e dentárias mais resistentes
A inspiração para o projeto da cientista mineira Jaqueline Soares veio de um ingrediente famoso e abundante em sua região: a pedra-sabão.
Docente da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), a especialista em nanotecnologia pretende usar o talco produzido a partir da pedra para tornar próteses ortopédicas e dentárias mais resistentes. O pó tem um custo reduzido e pode ser incorporado ao filme de hidroxiapatita, material usado nos implantes, aumentando sua durabilidade sem provocar uma rejeição do organismo.
Matemática
Luna Lomonaco: estudo do fractal chamado Conjunto de Mandelbrot
Luna Lomonaco, do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME/USP), é especialista em sistemas dinâmicos, a ciência que analisa o comportamento de sistemas que mudam com o tempo e, assim, tenta prever seus próximos movimentos.
Em seu projeto, a cientista se dedica ao estudo do Conjunto de Mandelbrot, um dos fractais mais conhecidos, e suas cópias dentro e fora do objeto geométrico.
Química
Nathalia Lima: projeto visa aumentar prazo de validade do cimento para beneficiar economia brasileira
Nathalia Lima, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), busca a solução para um problema comum relacionado à economia brasileira e o campo da Engenharia Civil: o curto prazo de validade do cimento. O material amplamente usado em construções mantém suas condições ideais por apenas 90 dias após a fabricação.
O estudo da cientista analisa as reações envolvidas na degradação do cimento por meio de técnicas como microscopia de fluorescência e química quântica. A partir da análise, a intenção é propor novas formas de armazenamento que sigam as condições ambientais de cada região, visando aumentar a durabilidade do material.
Com informações: https://www.paramulheresnaciencia.com.br/