Brasileiros ganham prêmio internacional com tecnologia inovadora de restauração florestal
Meio ambiente. Reflorestamento em larga escala. Um dispositivo chamado de Nucleário foi desenvolvido pelos irmãos Bruno e Pedro Pagnoncelli e Bruno Ferrari, do Rio de Janeiro (RJ). Eles receberam um prêmio de US$ 100 mil no Biomimicry Global Design Challenge, promovido pela Fundação Ray C. Anderson, dos Estados Unidos.
A competição tinha como objetivo promover inovações no combate às mudanças climáticas. Os empreendedores projetaram o Nucleário de tal maneira que não fosse necessária mão de obra e monitoramento após o plantio de mudas em locais de reflorestamento.
O Nucleário
O dispositivo, inspirado no design das bromélias, funciona da seguinte maneira: a muda é plantada no centro da “roda”. Durante os períodos de estiagem, por causa de seu formato, o Nucleário retem a água da chuva e promove a liberação dela via capilaridade, garantindo assim a irrigação frequente. Além disso, ele possui uma uma superfície negativa, que forma uma barreira física contra as formigas cortadeiras.
Por último, como é fabricado com material 100% biodegradável, a partir do terceiro ano, ele começa a se decompor no solo.
Os primeiros testes com o Nucleário foram feitos na Mata Atlântica. De acordo com os idealizadores do Nucleário, a região tem um potencial de reflorestamento de 17 milhões de hectares. No entanto, são áreas degradadas, de plantio complexo, pois em geral, apresentam baixo nível de resiliência, difícil acesso, relevo montanhoso e alto índice de insolação.
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“A natureza precisa da ajuda do homem para conectar esses fragmentos e criar corredores florestais. Precisamos fazer isso o quanto antes.”
– Bruno Ferrari
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Este é apenas um dos muitos prêmios de design e sustentabilidade que o dispositivo criado pelos empreendedores do Rio de Janeiro – já ganhou.
Dentre outros, ele já recebeu o BraunPrize (Alemanha), RedDot (Singapura), International Design Excellence e o Biomimicry Global Design Challenge (Estados Unidos).
Entre os reconhecimentos nacionais, levou o IdeaBrasil e foi um dos finalistas do Desafio Ambiental, realizado pelo WWF-Brasil.
Este ano, o produto foi testado no Cerrado, com produtores e trabalhadores rurais da bacia do Guariroba, aos arredores de Campo Grande, Mato Grosso do Sul (MS).
Fotos: Facebook Nucleário | Divulgação | Reprodução
Com informações: Conexão Planeta / Business Insider