Portugueses criam spray que conserva alimentos e dispensa papel filme
Um spray protetor natural. A iniciativa surgiu após vários anos de pesquisa e de testes desenvolvidos por cientistas portugueses do Centro de Pesquisa de Montanha do Instituto Politécnico de Bragança (norte de Portugal).
A solução está no extrato de uma planta comum e um polímero de algas a partir dos quais foi criado este spray para espirrar nos alimentos sólidos e protegê-los durante um período de tempo.
A coordenadora, Isabel Ferreira, declarou: “Por enquanto, não podemos revelar a fórmula alcançada e nem a planta da qual obtivemos o extrato”. Ela ressaltou que o processo para o registro da patente ainda não está concluído.
O novo produto foi batizado de “Spraysafe” e é um tipo de tecnologia atingida a partir de uma série de experimentos com extratos de plantas com capacidade antioxidante, conservante e antimicrobiana.
Todos seus componentes têm base natural, por isso que é sustentável. “Como nos extratos de plantas há antioxidantes, o spray reduz a oxidação dos alimentos”, apontou a coordenadora.
Um segundo benefício é “sua capacidade antimicrobiana, já que reduz o crescimento de fungos, fermentos e bactérias”. Além disso, impermeabiliza os alimentos, o que reduz a desidratação e, dessa maneira, permite manter melhor os sabores e aromas.
Isabel também destacou outro benefício de sua aplicação, sobretudo para as grandes superfícies comerciais: O spray permite ganhar tempo sobre a embalagem de plástico, o que resultará em lucro econômico e, sobretudo, reportará progressos no cumprimento das políticas conservacionistas do planeta, argumentou a pesquisadora.
Entre as limitações do “Spraysafe”, até o momento, figura que só pode ser usado com alimentos sólidos. “Neste momento, é aplicado principalmente em alimentos sólidos, tais como frutas cortadas e cogumelos, entre outros”, explicou Isabel, que se mostrou esperançosa em poder usar este spray em outro tipo de produto, uma vez que, mais adiante, possam adaptar a tecnologia desenvolvida com outros polímeros naturais.
Embora “ainda seja prematuro”, os investigadores esperam que em um futuro bastante próximo possam usar e comercializar o “Spraysafe”.
Por enquanto, o spray tem que passar pelo processo de aprovação tanto dos órgãos oficiais de Portugal como das autoridades europeias, concretamente da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar, que será a que, em uma última avaliação, dará validade para que possa ser comercializado.
A modo de teste, os pesquisadores lusos comprovaram que alimentos como os cogumelos e os frios se conservam muito bem se forem protegidos com o “Spraysafe”.
Com informações: Exame /Agência Efe / Público Pt