Lanchonete em São Paulo cria rodízio de coxinha, incluindo doce e vegetariano
Uma ideia inusitada: desfiar a carne do frango, envolver numa massa de batata, modelar na forma de uma coxa, fritar em óleo quente e em seguida vender. Mas a ideia não para por aí. Uma lanchonete em São Paulo inventou o rodízio de coxinha.
Como se já não bastasse o recheio tradicional de frango, a lanchonete Santa Coxinha oferece uma enorme variedade de sabores, entre salgados, doces e até vegetarianos. Uma verdadeira “tour” por 13 sabores de coxinhas: siri, pepperoni com cream cheese, espinafre com queijo, marguerita, 3 queijos, berinjela com tomate seco, palmito, entre outras opções.
Santa Coxinha
O Santa Coxinha foi fundado em 1982, em um pequeno quiosque em São Paulo, e desde então faz sucesso com suas receitas. Hoje em uma charmosa esquina no coração da Vila Zelina, a casa é comandada pela terceira geração da família e continua surpreendendo o paladar de quem passa por ali.
A lanchonete tem o conceito “Slom Food”, onde tudo é feito na hora, de forma artesanal e com muito carinho. Ganhou fama por oferecer coxinhas com recheios pra lá de diferentes, como estrogonofe e feijoada.
Para tornar o negócio mais atrativo, o preço do rodízio, de R$ 49,90, inclui refrigerante à vontade, além de quantas coxinhas você conseguir provar, é claro.
Quem inventou a coxinha?
A origem desse salgado não é tão brasileira assim. O professor do curso de Gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi, Paulo Veríssimo, revela que trata-se de uma receita adaptada da culinária francesa e que as referências ao salgado podem ser encontradas na obra de um famoso chef de cozinha francês, Antonin Carême (1784 – 1833), escrita no ano de 1843, em Paris.
Como assim francesa? Pois é, o nosso quitute nasceu da deliciosa coxa-creme, que é francesa. Segundo ele, ainda existem duas lendas que explicam como a coxinha pode ter sido preparada pela primeira vez no Brasil.
A primeira versão
Em meados da década de 1920, São Paulo que se desenvolvia industrialmente, regiões como a de Santo André abrigaram grandes fábricas e trabalhadores, que precisavam se alimentar gastando pouco. Eles comiam nas barraquinhas dos vendedores ambulantes, que negociavam pedaços fritos de frango, como coxa, sobrecoxa e peito, nas portas das fábricas na hora do almoço.
“O tempo não preservou o nome da pessoa, mas alguém teve a inusitada ideia de desfiar a carne do frango, envolver numa massa de batata, modelar na forma de uma coxa, fritar em óleo quente e em seguida vender em frente às fábricas. Nem precisa comentar que foi um enorme sucesso. E assim foi até a década de 1950, tanto aqui em São Paulo, quanto no Paraná. Na década de 1970, em Belo Horizonte, foi incorporado ao salgadinho o recheio de requeijão cremoso, caindo também no gosto popular”, conta Veríssimo.
A outra
A cerca de 150 km da capital paulista, na cidade de Limeira, especificamente na Fazenda Morro Azul, no final do século XIX, teria vivido a família real brasileira durante certo período. Segundo a lenda, a princesa Isabel e seu marido, o Conde D’Eu, escondiam da Corte no Rio de Janeiro um filho que tinha deficiência mental.
A história conta que o prato preferido da criança era coxa de galinha e que certa vez a cozinheira da família não tinha quantidades suficientes para servir, “prevendo a gritaria do menino por falta do seu alimento predileto, resolveu transformar uma galinha ‘inteira’ em coxas”, explica Veríssimo. O filho da princesa aprovou tanto o novo prato que as “coxinhas de galinha” teriam passado a fazer parte das refeições diárias da família.
Depois disso, os parentes quando vinham visitar a família acabavam levando o quitute à corte carioca e aos salões de nobreza. No entanto, Veríssimo faz uma ressalva: “esta ‘história’, até que romântica, não passa de uma lenda urbana, pois é sabido que tanto a Princesa Isabel quanto seus filhos viveram no Rio de Janeiro até a queda da Monarquia em 1889 e, pelo que se sabe, nenhum deles tinha deficiência mental”.
Com informações: Huffpost Brasil / Santa Coxinha / Cafe Donuts