Polícia Militar de São Paulo tem sua primeira comandante de aeronave mulher
A 1º Tenente Mayara Roberta Mieko Tanaka de Moraes se tornou na última quarta-feira (26) a primeira mulher Comandante de Aeronave da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Natural de Presidente Venceslau, Mayara ingressou na corporação por incentivo do pai e conheceu na prática a contribuição que o pássaro de metal dá aos agentes em solo.
A Oficial foi declarada apta a assumir o comando das aeronaves “Águias” pelo Conselho de Voo da unidade, presidido pelo Cel PM Paulo Luiz Scachetti Júnior, Comandante da Aviação da Polícia Militar do Estado de São Paulo, após cumprir com êxito todas as etapas de ascensão de comando, que envolvem o treinamento de voo avançado e o programa de voos avaliados.
Ingresso
Em 2005, aos 17 anos, Mayara ingressou na Academia da Polícia Militar do Barro Branco (APMBB), pela influência do pai, que foi policial, mas saiu da corporação nos anos de 1990 para trabalhar no Japão. “Mas aí ficou meio que um arrependimento de ter saído, eu acho, aí ele incentivou a gente a entrar”, lembrou. “Ele sempre comentava como era o serviço na polícia e isso influenciou. Tanto que sou tenente e meu irmão também. Então nós dois seguimos a carreira que seria do meu pai”, contou.
“Ingressei em 2005, com 17 anos, era bem nova, mas a polícia me ensinou muita coisa. A formação na polícia ensina muita coisa. Então, apesar de ter ingressado bem jovem, a gente tem bastante ocorrência, bastante vivência, que fazem a gente amadurecer um pouco mais rápido por causa dessas situações que a gente acaba vivendo”, declarou.
Quando se formou, em 2008, a tenente Mayara passou a trabalhar no 18º Batalhão da Polícia Militar do Interior (BPM/I), em Presidente Prudente, e um ano depois seguiu para o 42º BPM/I, em Presidente Venceslau.
Em 2013, a oficial ingressou no Grupamento Aéreo, sendo que desde 2015 atua na Base de Aviação de Presidente Prudente.
“Eu entrei na polícia e na polícia eu acabei conhecendo o Grupamento Aéreo e olhei assim ‘Caramba, dá para tentar. Por que não?’”, recordou. Na época em que Mayara tentou, não havia nenhuma mulher ainda. “Aí pensei: ‘Não é porque não tem nenhuma mulher, que não possa ter mulher. Pode ter mulher!’. Aí na época a gente já vinha prestando, outras oficiais também, e aí deu certo”, disse.
A oficial entrou na segunda turma com mulheres do GRPAe. “Sou a segunda mulher. Tem a primeira mulher, que é a tenente Lara [Lara Carolina Palhiari Duarte], e em seguida eu passei”, salientou Mayara. “Ela prestou o concurso antes e não passou, aí nós prestamos juntas, um ano depois, aí ela passou e eu não passei. Aí no próximo ano eu prestei e passei. Aí depois disso já tem mais duas. No total, nós somos em quatro”, contou a oficial.
“O começo é difícil, não pela recepção, nós não tivemos problemas quanto a isso, o respeito, sempre teve”, disse. “Mas a gente se cobra bastante, por ter começado, é uma coisa nova, então a gente se cobra para que a gente faça tudo correto, para que a gente não estrague aquilo que a gente tentou tanto fazer”, afirmou.
Com informações: Portal Bueno / Airway Uol / Piloto Policial