Universidade do Reino Unido proíbe carne bovina para combater ‘emergência climática’
Uma faculdade de Londres disse na segunda-feira (19) que baniu a carne bovina de seu campus para combater as mudanças climáticas, tornando-se a primeira instituição de ensino superior na Grã-Bretanha a fazê-lo.
A partir do próximo mês, a Goldsmiths, parte da Universidade de Londres, não venderá mais carne em nenhum lugar do campus. Também introduzirá uma pequena taxa sobre a água engarrafada e plásticos descartáveis para desencorajar o uso.
“A crescente demanda global por organizações que levem a sério suas responsabilidades pela interrupção das mudanças climáticas é impossível de ignorar”, disse Frances Corner, diretora da Goldsmiths.
A equipe e os estudantes estavam “determinados a ajudar a fornecer a mudança necessária para reduzir nossa pegada de carbono drasticamente e o mais rápido possível”, disse Corner.
A faculdade disse que pretende mudar para energia limpa e tornar-se neutra em carbono – o que significa que não produzirá mais emissões de carbono do que pode compensar – até 2025.
Pecuária
A pecuária é um dos principais responsáveis pelas emissões de gases do efeito estufa, consome um décimo da água doce do mundo e causa desmatamento em grande escala, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação.
Florestas absorvem gases da atmosfera e o desmatamento pode ampliar o aquecimento devido à perda de vegetação e erosão do solo, disse o Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).
Alimentos à base de plantas e alimentos de origem animal sustentáveis podem liberar vários milhões de quilômetros quadrados de terra até 2050 e reduzir entre 0,7 e 8,0 gigatoneladas por ano de dióxido de carbono equivalente, disse o IPCC em um importante relatório na semana passada.
Ombro a ombro
“Declarar uma emergência climática não pode ser palavras vazias … A Goldsmiths agora está ombro a ombro com outras organizações dispostas a dar o alarme e tomar medidas urgentes para reduzir o uso de carbono”, disse Corner.
A Goldsmiths uniu-se a um número crescente de empresas e organizações para desencorajar o consumo de carne.
Em julho do ano passado, a empresa global de escritórios WeWork, que opera em 22 países, tornou-se uma das primeiras firmas internacionais a proibir o pessoal de pagar refeições que contenham carne.
Com informações: Reuters