Artistas brasileiros e crianças refugiadas pintam o maior mural da Síria
No lugar da paisagem cinzenta e empoeirada, cores, pássaros, formas geométricas, elementos da natureza e objetos que preenchem o muro de um país em guerra. Uma nova paisagem para inspirar e estimular sentimentos de liberdade, esperança e justiça.
O trabalho que devolve a vida a uma localidade da cidade de Damasco, na Síria é obra de uma dupla de artistas brasileiros, Rimón Guimarães e Zéh Palito. O painel foi feito no centro da cidade, em um prédio que abriga refugiados.
Apoiados pela embaixada brasileira em Damasco, os curitibanos realizaram o maior grafite já feito no país até então. São 266m² de pintura urbana. A intervenção é resultado do coletivo de arte contemporânea Conexus.
Crianças e adolescentes da região ajudaram a finalizar o grafite. Além do da pintura, os artistas desenvolvem projetos educacionais com os pequenos em condição de refúgio.
A iniciativa gaúcha tem a curadoria de Sheila Zago. Há nove anos o grupo de artistas viaja o mundo numa conexão de pessoas de diferentes realidades através da arte.
Desde o ano passado o projeto leva artistas para regiões do conflito. Entretanto, dessa vez a realidade foi diferente. “Nós já tínhamos trabalhado com populações periféricas algumas vezes, mas a situação dos refugiados de guerra é nova para nós”, explica a curadora.
Zéh Palito, artista e humanitário, já plantou sua arte em diversos países do mundo. Dessa vez, a sua mensagem por meio das cores e da fantasia teve outra dimensão. “Não tem como explicar a sensação de pintar com o barulho de bombas e tiros o tempo todo, mas foi incrível viver essa experiência e saber que levamos um pouco de esperança para essa parte do planeta que tanto precisa de amor”, contou.
O artista gráfico Rimón Guimarães relembrou o que encontrou na viagem. “O país quase não tem arte pública, graffiti ou expressões individuais feitas nos muros da cidade, o que se vê na cidade são apenas pinturas da bandeira do país, pichações políticas, religiosas, nome de pessoas, imagens do presidente e todo tipo de propaganda. Toda a história que isso carrega e a liberdade que tivemos para pintar no centro da capital deu mais importância para este mural”, destacou.
Além da Síria, a dupla de artistas gaúchos também esteve em um campo de refugiados na província de Begaa, no Líbano e na capital Beirute.
A arte conectada
Cosmic Future
O projeto Cosmic Future foi criado pelo Conexus Project e a curadora Sheila Zago. Além de Rimón Guimarães e Zéh Palito, o trabalho que leva educação e arte para crianças conta com a colaboração do documentarista francês Agathe Champsaur, da artista síria Anas Albraehe, do libanês Marie-jo Ayoub e da brasileira Tarsila Schubert.
A iniciativa também recebe doações e apoio financeiro para custear as despesas das viagens e para manter os programas educacionais.
As pessoas podem contribuir através do site:
https://www.generosity.com/education-fundraising/cosmic-future-making-art-with-young-refugees e compartilhar as postagens do projeto no Facebook e Instagram utilizando as hashtags #ConexusProject #CosmicFuture #RefugeesWelcome.
Facebook: https://www.facebook.com/conexusproject/
Instagram: https://www.instagram.com/conexusproject/
Com informações: Conexus Project / HuffPost Brasil / Revista Trip / Rimón Guimarães / Zéh Palito / Espaço Temporal / Generosity