Trump anuncia “acordo de paz histórico” entre Israel e o Emirados Árabes Unidos
Israel e os Emirados Árabes Unidos alcançaram um “acordo de paz histórico”, anunciou Trump. Israel abdica de anexar parte da Cisjordânia. Normalização de relações permite voos e visitas a Jerusalém.
Israel e os Emirados Árabes Unidos alcançaram esta quinta-feira (13) um “acordo de paz histórico”. O anúncio foi feito pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, na rede social Twitter. “Um enorme avanço hoje! Acordo de paz histórico entre os nossos dois grandes amigos, Israel e os Emirados Árabes Unidos!”, escreveu.
Uma declaração conjunta entre os três países, assinada por Donald Trump, pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu e pelo príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Mohammed bin Zayed, refere que este acordo vai contribuir para a “normalização das relações” entre os dois países e para o “avanço da paz no Médio Oriente”.
Para alcançar o entendimento, Israel renunciou à anexação parcial da Cisjordânia, onde tem instalado colonatos à revelia dos acordos internacionais, e que estava prevista no plano de paz apresentado pela Casa Branca no início do ano.
O primeiro-ministro israelita Benjamín Netanyahu vai divulgar nas próximas horas uma declaração conjunta com os Emirados em que os países prometem normalizar as relações, o que passa por permitir aos muçulmanos visitar a Mesquita Al Aqsa em Jerusalém, bem como a realização de voos diretos entre o Abu Dhabi e Israel.
O acordo recebe o nome de Abrãao, um dos patriarcas judeus do Antigo Testamento, e resulta de conversações entre os Estados Unidos, Israel e os Emirados Árabes Unidos que foram concluídas esta quinta-feira pelo telefone, num conversa que juntou Donald Trimp, Netanyahu e o príncipe herdeiro do Abu Dhabi, Mohamed Bin Zayed.
“Acordo diplomático histórico”
“Este acordo é um passo significativo para a construção de um Oriente Médio mais pacífico, seguro e próspero”, disse Trump, acrescendo este ser um “acordo diplomático histórico”. “Agora que o gelo foi quebrado, espero que mais países árabes e muçulmanos sigam o exemplo dos Emirados Árabes Unidos.”
Parte do acordo implica a suspensão da anexação de áreas da Cisjordânia por Israel, algo que o povo palestiniano reivindicava face à intenção mostrada pelo executivo de Netanyahu de expandir os colonatos israelitas na região. Por outro lado, a Palestina há muito contava com o apoio de estados árabes como os Emirados Árabes Unidos, a quem sempre apelou que não estabelecessem ligações diplomáticas com Israel.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, classificou o estabelecimento de relações diplomática com os Emirados Árabes Unidos, como um “dia histórico”, enquanto Abu Dhabi disse tratar-se de uma “vitória” da diplomacia. “Yom histori (dia histórico)”, escreveu Netanyahu, em hebraico, na rede social Twitter, comentando a declaração de Donald Trump sobre a normalização de relações entre Israel e os Emirados e Israel.
O príncipe herdeiro de Abu Dhabi salientou que o acordo inclui o fim da anexação israelita de novos “territórios palestinianos”. “Numa ligação entre o Presidente Trump e o primeiro-ministro Netanyahu, um acordo foi alcançado para encerrar qualquer anexação adicional de territórios palestinianos”, escreveu o xeque Mohammed bem Zayed Al Nahyane, também no Twitter.
Com informações: Observador
Edição: Josy Gomes Murta