Vila flutuante em Amsterdã tem 46 casas sustentáveis

Comunidade e arquitetos projetaram juntos bairro autossuficiente para cerca de 100 pessoas

Vida sobre a água. Esta ideia deu origem a um bairro em Amsterdã, capital da Holanda, país que sempre se adaptou muito bem às adversidades e tem um quarto do seu território abaixo do nível do mar.

O projeto foi posto em prática como uma solução para dois grandes problemas: a concentração da população mundial em centros urbanos que torna os terrenos cada vez mais caros nas grandes cidades, e com as mudanças climáticas, o aumento do nível do mar coloca em risco a moradia de milhões de pessoas em todo o mundo – calcula-se que 800 milhões de pessoas estarão em risco até 2050.

Resultado de uma parceria entre moradores e arquitetos, o Schoonschip (navio limpo, em holandês) é um bairro com 46 casas flutuantes e sustentáveis que servem de moradia para cerca de 100 pessoas.

Cais inteligente

Foto: Schoonschip / Isabel Nabuurs | Reprodução
Imagem: Space & Matter | Reprodução

Os idealizadores contrataram o escritório de arquitetura Space & Matter para desenvolver um plano urbano inteligente. Uma equipe multidisciplinar criou o projeto com um cais inteligente ligando diferentes casas e desenvolveu a infraestrutura técnica necessária. 

Depois, cada morador escolheu um arquiteto para ajudar a projetar a própria casa, o que explica a grande diversidade de materiais, estilos e tipos de construção da vila.

Em pequena escala, o bairro oferece soluções para os desafios impostos pelas mudanças climáticas e também possibilidades de uma vida mais sustentável. A vila foi projetada para ser autossuficiente e ter o menor impacto ambiental possível e esta decisão está presente no dia a dia de quem vive lá.

Resiliência e circularidade

Foto: Schoonschip | Isabel Nabuurs | Reprodução
Imagem: Space & Matter | Reprodução

Além da inovação espacial, a vila flutuante quer ajudar a solucionar as causas dos problemas que nos levaram à crise climática. Do ponto de vista estrutural, existem soluções descentralizadas e renováveis ​​para sistemas de água, energia e resíduos. Com painéis solares e bombas de aquecimento ligadas à uma rede elétrica inteligente, os moradores podem trocar energia.

As águas residuais dos banheiros e chuveiros são convertidas de volta em energia e muitos moradores também têm um telhado verde, onde podem cultivar seus próprios alimentos.

Do ponto de vista social e econômico, os moradores trabalham juntos para otimizar o uso de recursos e repensam seus hábitos, criando soluções para o dia a dia. Todos aceitaram abrir mão de ter um carro próprio e compartilham carros elétricos entre a vizinhança, por exemplo.

De acordo com os idealizadores, as soluções apresentadas pela comunidade do Schoonschip são simples, mas eficazes, trazendo benefícios ambientais, sociais e econômicos.

Os aprendizados e propostas podem ser replicados em diferentes contextos o que torna a vila flutuante um protótipo de desenvolvimento urbano para cidades mais resilientes.

Vida na água

Foto: Space & Matter | Reprodução
Foto: Space & Matter | Reprodução

Casas flutuantes não são exatamente uma novidade. Existem exemplos de comunidade que vivem sobre as águas em diversas partes do mundo, como o povo Uros e as ilhas flutuantes no Lago Titicaca, no Peru.

Os arquitetos que construíram a vila flutuante em Amsterdã afirmam que com os desafios atuais, a antiga ideia de viver em casas flutuantes deve ganhar espaço. Segundo eles, o Schoonschip protege as pessoas contra ações da natureza e também ajuda a proteger a própria natureza.

Casas flutuantes podem ter pouco impacto no meio ambiente, principalmente com sistemas inteligentes de energia e água e saneamento.

Construir sobre a água também tem outras vantagens: as casas podem ser fabricadas em outro lugar e rebocadas em direção ao seu destino, permitindo pernoitar na vizinhança sem nenhum incômodo com a construção de seus arredores.

Foto: Schoonschip | Isabel Nabuurs | Reprodução
Foto: Schoonschip | Isabel Nabuurs | Reprodução


Com informações: CicloVivo

Edição: Josy Gomes Murta


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