Primeiro calçado repelente registrado no Brasil: desenvolvido em parceria com a UFPB e indústria
Inúmeros testes de repelência com o produto e mosquitos Aedes aegypti, foram realizados na UFPB. Baseados na metodologia da Organização Mundial de Saúde – OMS para testes de repelência. Aprovados pelo comitê de ética
Parceria firmada entre a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e uma empresa calçadista de São Paulo possibilitou o desenvolvimento do primeiro calçado repelente registrado no Brasil. A colaboração da UFPB se deu, especialmente na realização de testes pelo Laboratório de Biotecnologia Aplicada a Parasitas e Vetores do Centro de Biotecnologia (Lapavet/Cbiotec/UFPB).
O invento está em fase de negociação com duas empresas com experiência na produção de produtos químicos e inseticidas, uma de São Paulo e outra de Curitiba, para transferência da tecnologia.
A Profa. Fabíola Cruz, do Departamento de Biologia Celular e Molecular da UFPB, participou especialmente das pesquisas para o desenvolvimento do calçado repelente.
A docente também foi responsável pela descoberta de um inseticida desenvolvido na UFPB a base de sisal – planta cultivada em regiões semiáridas -, contra o Aedes aegypti, mosquito que transmite a dengue. O invento está em fase de negociação com duas empresas com experiência na produção de produtos químicos e inseticidas, uma de São Paulo e outra de Curitiba, para transferência da tecnologia.
Devido a repercussão desse invento produzido a partir do sisal, a Profa. Fabíola Cruz foi convidada a colaborar no projeto de uma das maiores empresas de calçados infantis do Brasil, a Kidy.
“Após a grande repercussão na mídia do inseticida a base de sisal, os diretores da empresa calçadista me procuraram para ajudá-los no projeto arrojado para desenvolver o primeiro calçado repelente com registro na Anvisa”, contou a pesquisadora, que trabalhou em conjunto com dois discentes da UFPB, Hyago Luiz Rique, Graduando em Biotecnologia e Louise Helena Guimarães de Oliveira, mestranda em Biotecnologia.
Conforme Profa. Fabíola Cruz, a empresa já tinha iniciado o projeto, mas estava com dificuldades em avançar e concluir o trabalho. Eles tinham um dispositivo que era uma pastilha de silicone impregnada com óleos essenciais de plantas aromáticas sem toxicidade, mas necessitavam de um direcionamento para desenvolver o produto.
Desafio aceito
“Então aceitei o desafio e realizamos na UFPB inúmeros testes de repelência com o produto e mosquitos Aedes aegypti. Nós testamos baseados na metodologia da Organização Mundial de Saúde – OMS para testes de repelência. Todos os testes foram aprovados pelo comitê de ética. A empresa conseguiu registrar na Anvisa e, em maio deste ano, o sapato foi finalmente lançado no mercado para as empresas”, contou Profa. Fabíola Cruz.
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“Os testes realizados determinaram a eficácia do produto, bem como o tempo de validade do dispositivo, ou seja, o tempo em que o produto ficaria com a atividade repelente.”
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A Profa. Fabíola Cruz declarou que o calçado desenvolvido possui um dispositivo repelente que pode ser trocado a cada 20 dias. Esse dispositivo vem com o sapato em um kit com outras unidades e também pode ser comprado à parte.
“Então, a eficácia, o tempo de validade, tudo isso foi trabalhado com os resultados que tivemos na UFPB”, pontuou Profa. Fabíola Cruz. A pesquisadora também é diretora administrativa e financeira do Instituto UFPB de Desenvolvimento da Paraíba (Idep).
Parcerias
Ela acredita que as parcerias da UFPB com o setor privado promovem a difusão do conhecimento e beneficiam a sociedade.
A ideia, segundo a docente, é que o Idep funcione como intermediário, tendo o papel de captar e fazer a ponte com a indústria, com outras instituições públicas, como prefeituras, secretarias de Estado, por exemplo, assim como orientar os pesquisadores.
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As parcerias têm o papel fundamental de levar conhecimento e serviços para a sociedade e, com isso, trazer recursos para a Universidade, salientou.
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Missão
“A missão da Universidade, enquanto produtora de conhecimento científico, é fazer esse conhecimento se reverter em algo prático para a sociedade. Por muito tempo, nós, pesquisadores, tivemos dificuldades de romper essa barreira. As nossas pesquisas tinham como objetivo maior ser publicadas nas revistas de alto impacto, mas ficavam ali, restritas ao meio acadêmico, científico, e muitas delas não chegavam à sociedade para resolver os problemas”, enfatizou a pesquisadora Fabíola Cruz.
Com informações: Ascom-UFPB
Edição: Josy Gomes Murta
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