Escritor moçambicano Mia Couto participa de palestra em Salvador

Seus escritos faz a África parecer um território habitado por todos nós. Por falar do humano, personagens e histórias representam o mundo. Talvez por isso esteja sempre em várias partes dele, inclusive no Brasil. O escritor moçambicano Mia Couto é um dos convidados do projeto “Fronteiras Braskem do Pensamento”, que acontece no dia 3 de julho, em Salvador.

António Emílio Leite Couto nasceu na Beira, em 1955, e é considerado um dos principais escritores do continente africano. Com o seu primeiro romance, Terra Sonâmbula ganhou o Prêmio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos, em 1995. A obra está entre os dez melhores livros africanos do século XX.

Mia Couto é um dos principais escritores do continente africano. Foto: Marcos Nagelstein/JC

Dentre a série de premiações literárias que o autor já recebeu estão o Prêmio Vergílio Ferreira pelo conjunto de sua obra, em 1999; o da União Latina de Literaturas Românicas, em 2007; o Prêmio Camões de 2013; e o Neustadt Prize de 2014.

Literatura, prosa, poesia, um “escritor da terra” que ainda é biólogo e ecologista. Um currículo de experiência e sensibilidade para os temas humanos que fazem com que Mia Couto seja convidado para palestras pelo mundo. “Civilização – A sociedade e seus valores” é tema do debate do qual participará na Sala Principal do Teatro Castro Alves.

Mia Couto, na sua vida profissional como biólogo, em Moçambique. Foto: Reprodução

Um contador de histórias que aprende sobre as raízes do mundo através da ciência. “A Biologia ensinou-me a entender outras linguagens, ensinou-me a fala das árvores, a fala dos que não falam. Resgatei uma intimidade perdida com criaturas que parecem muito distantes de nós. Hoje em nenhum lugar me sinto uma criatura solitária. Com ela entendi a vida como uma história, uma narrativa perpétua de que somos apenas uma pequena parte”, contou.

Com uma linguagem criativa e dotada de neologismos Mia Couto aproxima sua literatura a de autores como Gabriel Garcia Márquez, Guimarães Rosa e Jorge Amado. O escritor moçambicano tem obras traduzidas e publicadas em 24 países. Ainda ocupa a cadeira número 5 na Academia Brasileira de Letras como sócio correspondente, eleito em 1998.

Fronteiras Braskem do Pensamento

Mia Couto, Camille Paglia e Graça Machel participam do evento. Foto: Divulgação

O projeto tem como propósito contribuir para compartilhar o conhecimento de grandes pensadores contemporâneos com o público baiano. O objetivo das palestras é promover a reflexão sobre temas relevantes para a sociedade.

Ainda em 2017 o “Fronteiras Braskem do Pensamento” irá realizar mais duas edições. No dia 15 de agosto a convidada é ensaísta e crítica cultural norte-americana Camille Paglia, uma das intelectuais mais influentes da atualidade e a principal teórica do “pós-feminismo”.

A terceira edição está marcada para o dia 5 de setembro com a política e ativista dos direitos humanos moçambicana Graça Machel. Ela é defensora internacional dos direitos das mulheres e das crianças, nomeada em 1990 pela ONU para o Estudo do Impacto dos Conflitos Armados na Infância. Com esse trabalho recebeu a Medalha Nansen das Nações Unidas, em 1995.

Serviço

Fronteiras Braskem do Pensamento 2017

Primeira edição: Mia Couto, 3 de julho (segunda-feira), 20h30

Segunda edição: Camille Paglia, 15 de agosto (terça-feira), 20h30

Terceira edição: Graça Machel, 5 de setembro (terça-feira), 20h30

Local: Sala Principal do Teatro Castro Alves

Entrada: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia)

Ingressos para as três conferências (válido até 3 de julho): R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia)

Vendas: Bilheteria do Teatro Castro Alves, nos SACs do Shopping Barra e do Shopping Bela Vista ou pelo site www.ingressorapido.com.br

Com informações: Isto É / G1 / Correio24Horas / Mia Couto / Blog Estante Virtual

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