Lisboa estuda criar “ruas escolares” sem carros
O mês de setembro é marcado pelo regresso às aulas em Lisboa, Portugal, e dois deputados aproveitaram o momento para elaborar um pedido à gestão municipal por ruas mais seguras a pedestres. Em documento, a dupla afirma que o deslocamento a pé para a escola já é a principal escolha em oito bairros.
A ideia é criar um projeto-piloto de pedonalização das ruas da capital consideradas como mais adequadas à implementação desta medida. O foco é ao redor de creches, jardins de infância e escolas de ensino básico. Desta forma, já no próximo ano letivo, a medida pode tanto contribuir aos que já usam a caminhada como meio de transporte como estimular os que ainda optam pelo automóvel.
_______
“Sabemos que o acesso a muitas escolas de Lisboa se faz por ruas em que o passeio não permite a circulação lado a lado de um adulto com uma criança pela mão ou mesmo de um carrinho de bebê”, afirma a dupla no documento.
_______
Como exemplo inspirador, eles citam as cidades de Paris e Barcelona, que já adotam as chamadas ‘ruas escolares’: vias de acesso principal às escolas onde carros são proibidos, exceto veículos para emergências. No caso de Paris, também bicicletas, patins e patinetes podem se aproximar.
O documento também cita um caso local bem-sucedido do Jardim-Escola João de Deus dos Olivais. Tanto estacionamentos improvisados em cima das calçadas estreitas como manobras em marcha-ré colocavam crianças em risco, mas a situação mudou quando, com apoio da iniciativa municipal “Mexe-te Pela Tua Cidade”, os automóveis passaram a ser proibidos ao redor da escola todas as quartas-feiras.
No início de 2022, a rua foi fechada definitivamente ao trânsito pela Câmara Municipal de Lisboa e agora os últimos metros até à escola são feitos a pé e de mãos dadas às crianças.
Garante-se
Ao criar ruas para pedestres em Lisboa garante-se não só mais segurança aos pequenos como também um ar mais limpo. Além da opção por trajetos a pé, na cidade o transporte público é gratuito para crianças de até 12 anos.
A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou por maioria a recomendação apresentada pelos deputados Miguel Graça e Daniela Serralha. Mas, não há obrigatoriedade na aceitação. A gestão pode optar por implementar ou não as medidas propostas.
Projetos-piloto
Ao jornal local Diário de Notícias, a deputada Daniela Serralha frisou que é preciso ouvir a comunidade escolar e estudar “onde é possível aplicar algumas soluções, pois haverá escolas onde tal não será possível, até pelas artérias de trânsito que as rodeiam”. Por fim, ambos recomendam que as soluções sejam testadas em projetos-piloto. Acessibilidade, mobilidade e autonomia da criança são elementos que norteiam a política em prol de zonas pedonais.
Com informações: Ciclo Vivo
Edição: Josy Gomes Murta