Exposição a fragrâncias durante o sono pode melhorar a função cerebral, aponta estudo

O estudo descobriu que infundir aromas nos quartos de idosos por duas horas todas as noites resultou em melhorias significativas em sua memória


Os especialistas recomendam atividade física regular, uma dieta saudável e um sono melhor para minimizar a perda de memória na velhice. Mas e se um prazer básico como cheirar uma fragrância durante o sono puder estimular sua memória? Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Irvine, fizeram uma descoberta interessante em seu último estudo.

estudo, publicado na Frontiers in Neuroscience, sugere que infundir aromas nos quartos de adultos mais velhos por duas horas todas as noites resulta em melhorias significativas em sua memória.

“O sentido olfativo tem o privilégio especial de estar diretamente conectado aos circuitos de memória do cérebro. Todos os outros sentidos são encaminhados primeiro através do tálamo. Todo mundo já experimentou como os aromas são poderosos em evocar lembranças, mesmo de muito tempo atrás. No entanto, ao contrário de alterações da visão que tratamos com óculos e aparelhos auditivos para deficiência auditiva, não houve intervenção para a perda do olfato”, disse Michael Yassa, neurologista e coautor do estudo.

O estudo avaliou 43 participantes com idades entre 60 e 85 anos sem nenhum comprometimento de memória. Cada participante recebeu um difusor, juntamente com sete cartuchos distintos, cada um com um óleo natural exclusivo. Os participantes do grupo enriquecido receberam cartuchos com força total, enquanto os do grupo de controle receberam pequenas quantidades dos óleos. Todos os participantes foram solicitados a inserir um cartucho diferente em seu difusor a cada noite, que funcionou por duas horas enquanto dormiam.

Aumento no desempenho cognitivo

Após seis meses, as pessoas do grupo enriquecido tiveram um aumento de 226% no desempenho cognitivo em comparação com o grupo de controle. Esse aprimoramento foi medido usando um teste de lista de palavras padrão usado para avaliar a memória.

A imagem cerebral mostrou integridade marcada em sua via neural, que muitas vezes enfraquece com a idade. Essa via, conhecida como fascículo uncinado esquerdo, facilita a comunicação entre o lobo temporal medial e o córtex pré-frontal, que é crucial para a tomada de decisões. Os participantes também observaram uma melhora na qualidade do sono.

Estudos anteriores mostraram que a perda do olfato pode prever o desenvolvimento de quase 70 doenças neurológicas e psiquiátricas, incluindo Alzheimer, Parkinson, esquizofrenia e alcoolismo. Quando as pessoas com demência moderada inalaram cerca de 40 odores distintos em duas ocasiões diferentes por dia, elas exibiram memória e habilidades de linguagem aumentadas. Também os ajudou a aliviar a depressão e a melhorar o olfato.

Acima dos 60 anos

“A realidade é que, acima dos 60 anos, o sentido olfativo e a cognição começam a decair. Mas não é realista pensar que pessoas com deficiência cognitiva possam abrir, cheirar e fechar 80 frascos de odor por dia. Isso seria difícil até mesmo para aqueles sem demência”, disse o coautor Michael Leon, explicando por que eles limitaram o número de aromas a sete no estudo mais recente.

O próximo passo da equipe envolve avaliar os efeitos da técnica olfativa em pessoas com declínio cognitivo diagnosticado. Os pesquisadores acreditam que as descobertas abrirão caminho para uma exploração mais aprofundada de tratamentos baseados no olfato para problemas de memória.

Exposição a fragrâncias durante o sono pode melhorar a função cerebral, aponta estudo. Foto: Reprodução | Divulgação – Conexão Boas Notícias

Com informações: Medical Daily / Frontiers 


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