Inédito no Brasil: Implante que devolve audição
O Hospital das Clínicas da USP em Ribeirão Preto (SP) é pioneiro em cirurgia de implante de prótese de condução óssea, uma técnica que recupera a capacidade de audição em pacientes, e realizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A cirurgia é indicada apenas para pessoas com perda auditiva condutiva ou mista e surdez unilateral, pode ser feito em menos de 20 minutos, o paciente, adulto ou crianças, pode voltar para casa no mesmo dia.
De acordo com as informações, a prótese é implantada no osso do crânio, o método também é conhecido como prótese auditiva ancorada no osso, de forma minimamente invasiva, e devolve a audição a pacientes com surdez parcial.
Chegou ao Brasil e já foi realizado com sucesso em cinco pacientes no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e, recentemente, no Hospital das Clínicas de São Paulo.
O procedimento cirúrgico foi desenvolvido na Dinamarca e já está disponível em outros 25 países. A prótese de titânio transmite o som diretamente para o ouvido interno, sem precisar atravessar o canal auditivo, muitas vezes já comprometido pela surdez, diferente dos aparelhos auditivos convencionais.
Ricardo Bento, médico otorrinolaringologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, declarou: “Outra vantagem deste tipo de prótese é que o paciente pode testá-la antes mesmo da cirurgia e avaliar seu real benefício”.
Pequena e eficiente
A prótese, mede de três a quatro milímetros e é fixada no osso do crânio do paciente, bem atrás da orelha. Ela irá transformar as ondas sonoras captadas pelo processador externo, localizado na orelha como um fone de ouvido sem fio, em vibrações.
Segundo a Oticon Medical, empresa dinamarquesa que desenvolveu a técnica, o processador tem uma alta qualidade de som e pode ser removido quando houver a necessidade. Exemplificando: para dormir e tomar banho.
Procedimento no Brasil
A cirurgia pode ser realizada de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em regime ambulatorial, sem a necessidade de anestesia geral e internação prolongada.
Miguel Hyppolito, especialista do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, o primeiro a realizar a cirurgia no Brasil, salientou: “Isso minimiza os riscos potenciais de um procedimento cirúrgico e permite ao paciente uma recuperação rápida, podendo usufruir dos benefícios da prótese auditiva ancorada já em duas semanas”.
Uma das primeiras pacientes a realizar a cirurgia no Brasil, a advogada Andrea Cristina Zaninelo, 34 anos, teve a audição do lado esquerdo prejudicada por uma doença respiratória, aos 22 anos.
Andrea há três anos usava um aparelho auditivo tradicional e não percebeu melhoras, após algumas complicações, decidiu fazer a cirurgia, e está otimista quanto aos resultados. “Mesmo antes da cirurgia, fiz o teste com esse novo sistema e é transformador”, contou.
Andrea acrescenta: “É revelador imaginar que a gente pode sair de um patamar que é bom e ir para uma situação melhor. A gente se sente alegre, muito contente. Eu já testei esse aparelho e é diferente. A gente percebe que é notória a clareza do som que esse novo aparelho proporciona”.
Informações: Veja / Uol / G1