Ex-dependente química realiza sonho de se formar em Harvard
O sorriso constante da psicóloga Norma Stewart Heath nem de longe revela a história trágica por trás da mulher negra graduada em Harvard, uma das melhores universidades do mundo.
A hondurenha nasceu na cidade de La Ceiba, a 192 km da capital Tegucigalpa. Aos quatros anos de idade chegou a Boston, nos Estados Unidos, junto com os pais. Já na infância, Norma viveria uma história marcada pela violência, exploração e preconceito, onde as drogas se tornariam um refúgio comum.
“Como menina, você tem essa dor e você sente que não há nada que você possa fazer sobre isso. Você sente que não há ninguém para protegê-lo”, relembrou, com voz embargada.
Naquela época, passou por período de desintoxicação. Decidida a mudar, em 1999, já adulta, conseguiu um emprego na Universidade de Harvard. “Eu nem sabia que Harvard era um grande negócio até eu começar a trabalhar lá. As pessoas começaram a me tratar de forma diferente quando eu disse que trabalhei lá”, contou.
Enquanto trabalhava na universidade, Norma lançou sua própria editora, com publicações dirigidas aos jovens que desejam abandonar o crime, a prostituição e as drogas.
No entanto, a vida da hondurenha mudaria completamente em 2010, quando ficou sem trabalho. “Quando eu perdi o meu emprego, eu não era capaz de refletir, eu não era capaz de ler, eu não era capaz de escrever”, contou. Norma se descuidou, passou a morar nas ruas de Boston e voltou à dependência química.
Mais uma vez o destino de Norma sofreria uma reviravolta, dessa vez para melhor. Há dois anos, ela encontrou o abrigo Rosie’s Place, voltado para mulheres.
Na casa, a hondurenha se tratou do vício e voltou a sonhar. “Em alguns dias, você sente vontade de desistir, mas as pessoas ao nosso redor podem ser nossos líderes de torcida”, disse.
Em uma atividade realizada no abrigo, as moradoras deveriam escrever em um papel quais eram seus sonhos, dos mais próximos aos utópicos. Na lista de Norma, logo no topo havia um em especial: se formar em Harvard.
“Todas as semanas nós fazíamos listas com os nossos objetivos. Eu escrevi que iria regularmente ao médico e ficaria longe das drogas. Percebi que esses objetivos estavam dando certo e disse: ‘Eu quero me formar em Harvard’”. Com a ajuda das voluntárias, o sonho de Norma foi realizado. A graduação da hondurenha ocorreu em maio deste ano.
Hoje, Norma Heath atua na recuperação de pessoas dependentes de substâncias psicoativas e é especialista em saúde mental.
Como roteirista da sua própria vida, a hondurenha conseguiu alterar os capítulos e reescrever uma história de sucesso. “Segue os teus sonhos. Nunca deixe ninguém te parar”, disse Norma em sua rede social.
Com informações: Yahoo / Good News Network / Universal / Local Kicks
Muito bacana.