Alunos do IFPB desenvolvem aplicativo para a prática de Libras

Os estudantes Diego Morais de Araújo e Kynara Eduarda Gonçalves Santos, com a ajuda da aluna Mayra Amaral alcançam primeiro lugar em Congresso Internacional.

Eles tinham algo em comum além de integrarem o corpo discente do mesmo curso técnico (Controle Ambiental) do IFPB – campus João Pessoa. Ao entrarem na Instituição e começarem a conviver com a comunidade surda, passaram a conhecer de perto suas principais dificuldades diárias, o que germinou a ideia de desenvolver uma ferramenta digital que pudesse unir brincadeira à prática da Linguagem Brasileira de Sinais.

A ferramenta foi desenvolvida com a ajuda da aluna Mayra Amaral, do curso técnico de Eletrônica,  e fundamentada pelos três estudantes em artigo apresentado no Congresso Internacional de Gestão e Tecnologias (COINTER). A iniciativa recebeu o primeiro lugar na modalidade Pôster, em dezembro de 2017.

O software

Diego Morais de Araújo e Kynara Eduarda Gonçalves Santos. Foto: Reprodução

“Quando entramos no IFPB, logo no 1º ano, eu e Kynara fizemos amizades com estudantes surdos e começamos a aprender Libras com eles. 6 meses depois, fizemos o curso de Libras oferecido pela COAPNE”, comenta Diego.

Kynara complementa: “Então, em meados de 2016, decidimos desenvolver um aplicativo para possibilitar a prática da Libras. Foi quando Mayra entrou para o time e usou seu conhecimento para desenvolver a ferramenta digital, que segue em aperfeiçoamento para tornar-se mais intuitiva e ser patenteada junto à COPEX do campus João Pessoa”.

“O software foi desenvolvido inicialmente utilizando a plataforma AppInventor do MIT. Estamos fazendo mudanças e construindo o aplicativo na própria plataforma do Android para um melhor desempenho e estimamos que até o final do primeiro semestre de 2018 as primeiras mudanças já estejam prontas”, explica Mayra. 

AdeLibras

A ferramenta foi desenvolvida com a ajuda da aluna Mayra Amaral. Foto: Reprodução

AdeLibras, que visa a associação de sinais da Libras com palavras em português, é baseado no famoso jogo de adedonha, com o objetivo de promover a interação das comunidades surda e ouvinte. Ele tem dá a opção ao jogador de se aventurar individualmente ou em dupla, e pode ser utilizado offline. 

Marcos Nascimento, aluno do curso de Edificações III do campus João Pessoa, é surdo e recomenda o software: “AdeLibras é divertido e dá pra jogar com os amigos, ajuda os ouvintes que estão aprendendo Libras e permite aos surdos brincar. Espero um lançamento oficial e também que os alunos que desenvolveram o jogo continuem esse bonito projeto“.

Nota máxima

A premiação do COINTER, ocorrida no mês de dezembro do ano passado, no campus Natal Central do IFRN, condecorou o time de estudantes com a nota máxima e o primeiro lugar na modalidade Pôster.

O artigo que apresentou o aplicativo já mostra o compromisso dos alunos com a proposta do evento, que tem compromisso com a qualidade da Educação ao contribuir na formação dos estudantes e estimular a geração de novas redes de cooperação, pautadas na inovação, boas práticas de gestão e criatividade.

Na Fundamentação Teórica, os alunos defendem que o uso da tecnologia tem diversas utilidades e não se restringe somente na escola ao simples uso da técnica.

Por que não democratizá-la?

“Libras é uma língua estruturada, que contém regras e diferentes níveis como qualquer outro idioma, além de ser a segunda língua oficial do Brasil. Então por que não democratizá-la? Compartilhando da ideia de Paulo Freire, de que ninguém nasce feito, vamos nos fazendo aos poucos na prática social de que nos tornamos parte, o objetivo de nosso projeto é democratizar o aprendizado da Libras e aproximar a comunidade surda e ouvinte”, diz o texto.

O AdeLibras está disponível para ser baixado gratuitamente na PlayStore. O aplicativo também tem um site (adelibras.com.br) e página no Facebook (facebook.com/adelibras).


Com informações: Ascom – IFPB 

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