Brasileiros criam ônibus solar que já rodou mais de 100 mil quilômetros sem uma gota de combustível

Além de garantir mobilidade sustentável, o ônibus é uma espécie de polo de pesquisa móvel 

Pesquisadores do Laboratório Fotovoltaica, da Universidade Federal de Santa Catarina, propõem uma possível solução para o problema: veículos movidos a energia solar.

O primeiro protótipo apresentado foi o do eBus, um ônibus que funciona a partir de eletricidade gerada pelo sol. 100% desenvolvido e montado no Brasil, com o apoio das empresas WEG, Marco Polo e Eletra, trata-se do primeiro veículo elétrico a bateria que é totalmente carregado com energia solar fotovoltaica para funcionar.

A recarga acontece na própria sede do Laboratório Fotovoltaica e é feita a cada conclusão de rota do eBus, que atualmente funciona para transportar alunos, professores e visitantes que frequentam o campus da Universidade Federal de Santa Catarina e vêm do Norte da Ilha de Florianópolis.

Polo de pesquisa móvel

Além de garantir mobilidade sustentável, o ônibus é uma espécie de polo de pesquisa móvel, já que contribui para o levantamento de dados e para a análise de viabilidade da tecnologia nele instalada.

De acordo com as informações, a intenção dos estudantes é se aprofundar no funcionamento do ônibus solar para, em um futuro próximo, poder implementar a tecnologia no transporte público de todo o Brasil. 

Frenagem Regenerativa

O ônibus conta ainda com um Sistema de Frenagem Regenerativa, que garante que o movimento das rodas, bem como o freio do veículo, produzam energia cinética, que é transformada em eletricidade e devolvida às baterias do ônibus para que também possam contribuir para o seu funcionamento. 

O eBus já rodou mais de 100 mil quilômetros sem combustível – o equivalente a duas voltas e meia no mundo. 

O começo do projeto

O projeto do eBus iniciou em 2016, sendo que pesquisadores, professores e alunos chegaram a criar uma vaquinha virtual para angariar fundos.

Essa “vaquinha” buscava manter o veículo funcionando e pagar os salários de dois motoristas que realizam o trajeto citado anteriormente.

O projeto não só teve apoio da empresa WEG, como também contou com a ajuda do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

O Ministério encaminhou cerca de R$1 milhão para o desenvolvimento tecnológico do ônibus solar.

Diferenciais do ônibus solar

Além de não ser preciso combustível, o próprio eBus conta com outras vantagens em comparação aos ônibus tradicionais, como por exemplo:

• Sistema de Propulsão Elétrica: todo o sistema foi desenvolvido e fornecido pela WEG, sem contar com outras peças estruturais do veículo. Esse sistema de propulsão elétrica permite levar a energia das baterias até o inversor de tração, que é capaz de controlar o motor, entregando a força necessária para que o veículo possa se movimentar.

• Sistema de Frenagem Regenerativa: o movimento das rodas rodando também gera energia cinética, mas seu diferencial é quando o veículo freia: a energia desse freio é enviada novamente para as baterias, sendo reaproveitada e otimizada.

• Deslocamento Produtivo: o eBus também conta com sistemas de Internet Wi-fi, que contam com alta velocidade a bordo. Além disso, existe uma mesa de reuniões dentro do veículo, para que tanto professores quanto estudantes a utilizem.

WEG e UFSC

Essa não foi a primeira parceria da WEG com a UFSC, que atuaram juntas também em 2015, em outro projeto de transporte movido a energia solar.

Em 2015, o veículo era um barco, utilizado pelos estudantes da comunidade ribeirinha de Ilha das Onças (Barcarena – PA), acomodando cerca de 22 pessoas e com autonomia de até 5 horas de navegação.

Foto: Reprodução 

Com informações: The Greenest Post / https://Engenharia Hoje

Edição: Josy Gomes Murta

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