Casa flutuante foi impressa em 3D na República Tcheca
As obras estruturais levaram apenas dois dias para serem concluídas
A primeira casa usando a tecnologia de impressão 3D da República Tcheca foi projetada e impressa pelo escultor Michal Trpak e a construtora tcheca Stavebni. Chamada de casa Prvok (protozoário, em português), a residência é parcialmente autossuficiente e pode ser construída no campo, na cidade ou até mesmo sobre uma plataforma flutuante.
Segundo a construtora, as casas impressas podem economizar até 50% de todos os custos e são construídas sete vezes mais rápido quando comparadas às construções convencionais. Em comparação com edifícios de tijolos, a impressão 3D também gera até 20% menos emissões de CO2.
Casa Prvok: projetada para durar pelo menos cem anos em qualquer ambiente
A primeira casa impressa foi inaugurada em 2020 na República Tcheca com uma área útil de 43 metros quadrados. As obras estruturais levaram apenas dois dias e a conclusão dois meses. A casa Prvok possui três ambientes: um banheiro, sala e cozinha e um quarto. O edifício flutuante está ancorado em um pontão e a casa pode ser habitada durante o ano todo.
A residência impressa ainda oferece tecnologias ecológicas como captação e reuso de águas, automação, telhado verde e reservatórios de água potável e esgoto. A casa foi projetada para durar pelo menos cem anos em qualquer ambiente.
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“No futuro, os proprietários podem esmagar o edifício assim que terminar sua vida útil e imprimi-lo novamente com o mesmo material, diretamente no local”, disse o escultor Michal Trpak.
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A construção 3D também gera muito menos resíduos de construção e demolição, que atualmente representam 46% da produção total de resíduos na República Tcheca e também na Europa.
“Em comparação com edifícios de tijolos convencionais, a impressão 3D também gera até 20% menos emissões de CO2, que a União Europeia pretende reduzir em 30% até 2030. São necessários apenas cerca de 25 trabalhadores para imprimir uma casa (menos quarenta do que o normal no país). Os preços na produção em série podem chegar a metade do custo de uma casa passiva convencional. A autossuficiência proporciona mais economia de custos operacionais”, diz Libor Vosicky, CEO da Burinka, patrocinadora do projeto.
“Na República Tcheca, o número de funcionários qualificados na construção diminuiu 10% em dez anos, enquanto o número de contratos de construção aumentou 45% no mesmo período. A impressão 3D pode iniciar a automação da produção de construção por toda a Europa, reintroduzindo a possibilidade de customização e estética na construção residencial, como acontecia no passado”, complementa Vosicky.
Mais resistente do que pontes, impressa por um robô de fábrica de automóveis
A casa Prvok foi impressa usando um braço robótico através do qual o material especial flui diretamente para o destino. O robô, adaptado da indústria automotiva, imprime a uma velocidade de 15 centímetros por segundo
A mistura de concreto utilizada para impressão foi enriquecida com fibras de nanopolipropileno, que melhoram a plasticidade e produzem melhores formas orgânicas, e um acelerador. Este tipo de concreto endurece após 24 horas para a firmeza padrão das fundações de uma casa familiar clássica. Após o endurecimento total (em 28 dias), o concreto adquire a mesma rigidez de materiais usados para pontes e viadutos.
Com informações: Ciclo Vivo