Cientistas criam método que pode detectar tuberculose pela urina
Um grupo de pesquisadores americanos está realizando investigações e publicou no periódico Science Translational Medicine, a possibilidade de obter o diagnóstico de tuberculose apenas com um exame de urina.
O estudo encontrou uma forma de aumentar em 100 vezes a precisão dos testes de identificação da doença pulmonar por meio de um simples teste de urina.
Segundo os investigadores, as paredes celulares das bactérias causadoras da tuberculose são cravejadas de açúcares acoplados a proteínas, formando barreiras que protegem os microrganismos do sistema imunológico. Na batalha entre os dois, os açúcares são derramados na corrente sanguínea e deslizam através dos rins para a urina
Até então, era difícil separá-los de outros detritos celulares, mas os cientistas da Universidade George Mason, nos EUA, criaram uma espécie de hidrogel com um corante à base de cobre azul, que adere aos açúcares e facilita a identificação das tais bactérias no organismo.
A tuberculose mata cerca de 1,7 milhões de pessoas por ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Com o diagnóstico precoce, os infectados poderiam tratar a doença mais cedo, um maior número de pessoas seriam curadas e a propagação seria retardada.
Hoje, a tuberculose é diagnosticada por radiografia de tórax ou pela leitura de amostras de escarro ao microscópio. Entretanto, os raios-X detectam apenas danos avançados e a microscopia requer patologistas treinados.
Desde 2010, as máquinas GeneXpert revolucionaram a detecção, levando cerca de duas horas para fazer o diagnóstico. Além de encontrarem o DNA bacteriano no escarro, elas também sabem dizer se o paciente possui uma doença resistente a medicamentos.
Porém, esse equipamento é caro e se tornou um problema para pacientes debilitados e crianças, que não conseguem expectorar o muco do pulmão. Com isso, o exame de urina a melhor opção.
Alessandra Luchini, co-autora do estudo, declarou: “Em experimentos com cerca de 100 pessoas, o novo teste se revelou tão preciso quanto as máquinas GeneXpert”.
Apesar de o novo exame não medir a resistência a medicamentos, a equipe espera que a técnica funcione “como um teste rápido, semelhante a um de gravidez”, concluiu Luchini.
Com informações: Bol / Viva Bem Uol