Cientistas descobrem padrões que codificam nossas crenças

Os neurocientistas encontram padrões de atividade cerebral que codificam nossas crenças e afetam a forma como interpretamos o mundo ao nosso redor

Estudo realizado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) permite identificar como as expectativas das pessoas influenciam suas percepções. As expectativas, também chamadas de crenças prévias nos ajudam a compreender o que vivemos no presente, com base em experiências anteriores.

Isso acontece quando, por exemplo, um profissional experiente consegue identificar com maior facilidade problemas não percebidos por profissionais mais jovens.

A capacidade de combinar conhecimentos anteriores com novas evidências é conhecida como inferência Bayesiana, uma metodologia estatística. Agora, neurocientistas do MIT descobriram sinais cerebrais, que codificam essas crenças previas. Também identificaram como eles funcionam na tomada de decisões diante de um momento de incerteza.

Execução da pesquisa

Para a realização dessa investigação os pesquisadores treinaram animais que deveriam realizar atividade, durante a qual eles reproduziram dois diferentes intervalos de tempo. O senso de tempo dos indivíduos é imperfeito e isso torna a atividade proposta desafiadora. A tarefa pode ser realizada de forma muito rápida ou lenta demais, não atingindo o objetivo.

Por outro lado, quando os intervalos têm uma variação fixa, a melhor estratégia é estabelecer o tempo médio como resposta. Foi isso que os animais fizeram. Mas eles não foram os únicos, anteriormente, já havia sido mostrado que os humanos tomam a mesma decisão.

Além disso, o registro da atividade dos neurônios no córtex frontal revelou que a experiência prévia dos indivíduos testados permitiu assimilar a representação de tempo no cérebro. De forma que os padrões de atividade neural associados a diferentes intervalos fossem baseados naqueles que estavam dentro do intervalo de tempo esperado.

Foto: Reprodução

Para compreender como o cérebro codifica crenças estabelecidas, os pesquisadores registraram a atividade de aproximadamente 1.400 neurônios em uma região do córtex frontal, que já haviam provado estar ligado a noção de tempo. Os pesquisadores acreditam que experiências prévias dos indivíduos alteram as sinapses entre os neurônios.

Posteriormente, os pesquisadores elaboraram um modelo de computador que poderia desenvolver o mesmo teste realizado com os animais. Com o uso de técnicas emprestadas do machine learning, eles conseguiram modificar as conexões sinápticas e criar um modelo que adotava o mesmo método de ação dos animais.

Agora, os pesquisadores pretendem estudar como o cérebro constrói e afina lentamente as conexões sinápticas que codificam crenças prévias, enquanto um animal aprende a executar a atividade envolvendo tempo. 


Com informações: Hypescience

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