Cientistas identificam novo órgão do corpo humano
O que antes era considerado apenas um ligamento do aparelho digestivo recebeu agora o status de órgão.
Depois de mais de cinco anos de pesquisa, o mesentério é apresentado como a mais nova descoberta do corpo humano. A reclassificação é resultado do estudo de uma equipe de pesquisadores liderada por J. Calvin Coffey, da University Hospital Limerick, na Irlanda.
A novidade foi publicada em um artigo na prestigiada revista científica “The Lancet Gastroenterology & Hepatology”.
No início do século XVI, Leonardo da Vinci fez a primeira menção ao mesentério em um de seus escritos sobre a anatomia humana. “A descrição anatômica de cem anos atrás era incorreta. Este órgão está longe de ser fragmentado; é uma estrutura simples, contínua e única”, explicou Coffey.
A estrutura do mesentério
Na prática, o mesentério é um tecido fibroso onde estão localizados nervos, linfonodos, intestino e vasos sanguíneos, que capturam os nutrientes absorvidos pelo intestino e os levam ao fígado.
Em formato de leque, o órgão é maleável e permite que o intestino se movimente. Essa liberdade é importante para suas funções, principalmente na defesa contra infecções.
No final do século XIX, o cirurgião inglês Frederick Treves havia descrito as três estruturas diferentes do aparelho: o mesentério, ligado ao intestino delgado; o mesocólon e o mesoreto, conectados ao intestino grosso.
Algumas funções já são conhecidas
A descoberta pode abrir novos caminhos para métodos cirúrgicos. O investigador J. Calvin Coffey exemplificou a importância da reclassificação. “Podemos categorizar doenças digestivas relacionadas a este órgão”, disse. Agora os pesquisadores estudam para entender como funciona o novo órgão.
Entretanto, pesquisas recentes já demonstraram que o mesentério tem papel relevante na produção dos hormônios que levam à saciedade e também nos relacionados ao controle da glicemia.
Outro ponto em observação é a função do novo órgão no emagrecimento, no diabetes e no sistema imunológico, entre outras. Os estudos já estão sendo conduzidos há algum tempo, justamente em busca de descobrir melhor sua atuação dentro do corpo.
As pesquisas da equipe de Coffey a respeito das funções ainda está em fase preliminar. No entanto, a expectativa é que as investigações possam contribuir para futuros estudos científicos que possam originar cirurgias menos invasivas, redução das complicações nessas intervenções, uma mais rápida recuperação do paciente e custos globais mínimos.
Com informações: Isto É / BBC Brasil / Correio Braziliense / G1 / Minha Vida / Público PT