Cientistas usam células-tronco para curar diabetes em camundongos
Pesquisadores converteram células-tronco humanas em células produtoras de insulina e, ao inserirem em camundongos com diabetes, notaram que os níveis de açúcar no sangue foram controlados e a doença curada por até nove meses. A descoberta foi compartilhada no periódico Nature Biotechnology.
“Esses ratos tinham diabetes muito grave, com leituras de açúcar no sangue de mais de 500 miligramas por decilitro de sangue — níveis que podem ser fatais para uma pessoa — e, quando damos aos ratos as células secretoras de insulina, duas semanas depois, seus níveis de glicose no sangue tinham voltado ao normal e permaneceram assim por muitos meses”, disse Jeffrey R. Millman, principal autor do estudo, em comunicado.
Anos atrás, os mesmos pesquisadores descobriram como converter células-tronco humanas em células beta pancreática, que produzem insulina: quando encontram açúcar no sangue, secretam a substância no sangue. Mesmo assim, demorou anos para que a equipe conseguisse desenvolver uma técnica que se mostrasse de fato eficaz em camundongos.
“Um problema comum quando você está tentando transformar uma célula-tronco humana em uma célula beta produtora de insulina — ou um neurônio ou uma célula do coração — é que você também produz outras células que não deseja”, explicou Millman. “No caso de células beta, podemos obter outros tipos de células do pâncreas ou células do fígado.”
Essas células não prejudicam em nada no tratamento — mas também não ajudam. “Você precisa de um bilhão de células beta para curar uma pessoa com diabetes. Mas, se um quarto das células que você produz forem, na verdade, células do fígado ou outras células do pâncreas, em vez de precisar de um bilhão de células, você precisará de 1,25 bilhão delas. Isso torna a cura da doença 25% mais difícil.”
Usando a nova técnica, a equipe de Millman desenvolveu um procedimento mais eficaz para a produção de células necessárias para o tratamento. “Conseguimos produzir mais células beta, e essas células funcionaram melhor nos ratos; alguns dos quais permaneceram curados por mais de um ano”, afirmou o especialista.
Com informações: The Next Web
Edição: Josy Gomes Murta