Consciência: o prioritário e o secundário
Percepção, honestidade, ações ou sentimentos internos. O sentido da moralidade e do dever. A consciência pode ser relativa a uma experiência, problemas e situações.
Uma conexão existente entre consciência e consciência moral. Em várias situações, pode ser o oposto da autoconsciência, onde o “eu” é o objeto de reflexão e da consciência moral.
A filosofia abordou a consciência em duas vertentes: consciência intencional ou não intencional. Edmund Husserl (fundador da fenomenologia), diz que a consciência é uma atividade direcionada para alguma coisa da qual há consciência. A não intencional consiste a um mero reflexo da realidade que é apresentada.
De acordo com Descartes, pensar e pensar que pensamos são coisas iguais: “Penso, logo existo”.
Kant fez a distinção entre a consciência empírica, que faz parte do universo dos fenômenos e a consciência transcendental, que capacita a associação de todo o conhecimento com a consciência empírica.
Hegel aborda a consciência como um crescimento dialético, que atinge um nível transcendente, alcançando a sua superação. Faz também a distinção entre consciência empírica, racional e teórica.
No entanto, a filosofia contemporânea procura dá uma maior importância à vertente de ato da consciência, dando-lhe uma conotação mais funcional.
Um dos maiores especialistas no conceito da consciência foi William James. O célebre filósofo e psicólogo do fim do século XIX, irmão de Henry James, estabeleceu que a consciência podia ser dividida em três partes:
O ego empírico
Todos esses aspectos que nós mesmos nós atribuímos como próprios. Onde se forma a autoestima, o que somos, o que gostamos, aquilo que evitamos porque nos faz mal.
O ego puro
O aspecto que alcança uma dimensão mais espiritualista e íntima. Uma parte mais profunda de nosso ser da qual, em ocasiões, não estamos plenamente conscientes.
O instinto que nos diz que algo que está acontecendo “não está bem” e que deveríamos reagir.
As mudanças do ego
Aqui estariam as mudanças que acontecem em nosso ciclo vital e que, em ocasiões, nos fazem descobrir aspectos novos que integramos em nossa personalidade e nossa consciência.
Consciência: o prioritário e o secundário
No meio deste turbilhão de ensinamentos, ideias e pensamentos, jamais podemos esquecer que é tão simples a ideia de que as pessoas crescem todos os dias, melhoram ou pioram todos os dias, aprendem e deixam de aprender todos os dias.
Quando se trata de alcançar o bem-estar pleno é necessário que a nossa consciência esteja tranquila.
Sejamos guiados por nossos valores, evitando que as injustiças teimem em dominar as nossas ações, reações e atitudes.
“Não há melhor travesseiro do que uma consciência tranquila”. A ideia nos reflete ao real, a uma construção psicológica de uma percepção adequada sobre nós mesmos e o mundo a nossa volta, quando está em harmonia e equilíbrio.
Quando as coisas que fazemos ou dizemos estão sintonizadas com os nossos valores, e nos remete a uma consciência tranquila, nos permitimos viver de facto uma vida com verdade e senso de justiça.
Obviamente para se chegar a um nível de calmaria, de consciência tranquila, vivenciamos uma batalha pessoal que nos faz em certas vezes afastarmo-nos de situações, pessoas e determinados grupos sociais que não traria a esta tranquilidade.
Apercebemo-nos do que é prioritário e secundário.
No entanto Há quem não tenha a consciência tranquila, e que não consegue sequer dormir uma noite, porque a sua consciência não está em paz.
Este mal-estar profundo e cheio de complexidade, pode muitas vezes ser gerado pela falta de perdão, do agir de forma errada, ceder ou inclusive fugir quando alguém ou algo demandava de nós certas coisas que não fizemos, e quando escondemos uma situação na qual não seriamos favorecido, tentativas e atitudes de omitir, mentir ou provocar uma situação, na qual para obtermos vantagens, prejudicamos alguém.
Dentro de nos existe um sistema de valores próprios que pode variar com o tempo mas, por sua vez, também temos uma espécie de “bússola interna” que faz com que nos revelemos para certas situações que consideramos injustas.
Quando não entendemos a nossa própria consciência corremos riscos.
Por mérito de William James, sabemos que a consciência é algo que está arraigado em nosso ser, que guia-nos e nos permite mudar e aprender para saber sempre distinguir entre o que é bom e o que é ruim.
Mas por que algumas pessoas atuam sem escutar a voz de sua consciência?
Eis algumas razões:
• Quem está mais centrado em seu mundo externo e se guia apenas pela necessidade de satisfazer aos demais não escuta a si mesmo.
• Não atende a sua própria consciência, se descuida, e então o mal-estar, o incômodo e os problemas de autoestima surgem.
Dona consciência é sábia, mesmo que para alguns, meio que tardia, ela sempre chega, em alto e bom som.
Quando a consciência fala mais alto não é mais possível viver ignorando-a como se não existisse.
Relevante é concentrar-se no que é prioritário e que pode contribuir com uma vida equilibrada. Saber lidar com o secundário, quando a mente está cativa e direcionada para as coisas superficiais, esquivando-se para observar as atitudes conscientes e inconscientes.
O caminho básico para uma possível mudança de estado é observar os pensamentos que entram em nossa mente. Inicialmente as mudanças ocorrem, primeiramente, em nosso interior para, depois, refletir-se no exterior.
Fundamentalmente olharmos para o que está acontecendo ao nosso redor para sabermos de que o nosso inconsciente é alimentado.
Afinal, boa coisa é perceber a tranquilidade do ser, da profundidade da alma, e só com a consciência leve e tranquila é possível experimentar esta sensação de pensamento, leveza e tranquilidade, unificada a um sentimento de paz interior que excede todo entendimento. “Dormir o sono dos justos”, corpo e alma restaurados.
O autor da frase: “A minha consciência tem mais peso pra mim do que a opinião do mundo inteiro”.
Marco Túlio Cícero, em latim Marcus Tullius Cicero. Filósofo, orador, escritor, advogado e político romano. Considerado por muitos o mestre da prosa latina. Cícero escreveu sobre uma variedade de temas, sempre em linha com as tradições filosóficas e retóricas helenísticas na qual ele fora treinado.
Com informações: Significados / Kdfrases / Books Google / Minha Casa Minha Dica