Dieta da saúde planetária: promete salvar vidas e o planeta (sem excluir a carne)
Cientistas desenvolveram uma dieta que é capaz de melhorar a saúde e garantir uma produção sustentável de alimentos de forma a reduzir os danos causados ao planeta. Chamada de “dieta da saúde planetária”.
A modalidade tem por princípio reduzir em mais de 50% o consumo de carne e açúcar e dobrar a ingestão de frutas, legumes e nozes.
De acordo com o relatório publicado no periódico The Lancet, a dieta pode prevenir até 11,6 milhões de mortes prematuras sem comprometer o meio ambiente. Para alcançar esse objetivo, os pesquisadores sugerem a adoção de cinco estratégias para mudar a dieta da população:
1. Incentivar o hábito de comer de forma saudável;
2. Mudar a produção global de alimentos;
3. Intensificar a agricultura sustentável;
4. Criar regras mais rígidas sobre a administração dos oceanos e terras;
5. E reduzir o desperdício de comida.
Outra recomendação do relatório é a eliminação de alimentos considerados não saudáveis das prateleiras dos supermercados ou aumentar os impostos sobre eles para induzir as pessoas a escolherem opções mais saudáveis.
“Precisamos de uma revisão significativa, mudando o sistema global de alimentos em uma escala nunca vista antes, de acordo com as circunstâncias de cada país”, disse Tim Lang, um dos autores do documento, ao Telegraph.
As sugestões foram feitas pela preocupação com a situação global em termos de desnutrição, crescimento da alimentação inadequada e os riscos ambientais causados pela poluição e pelo atual sistema de produção de alimentos.
Embora o objetivo da equipe pareça ser proteger a saúde e o meio ambiente, críticos acreditam que os cientistas estão tentando tirar o direito de escolha das pessoas e forçar uma dieta vegana (sem produtos de origem animal) a nível global.
“O desejo de limitar as pessoas a comer um décimo de salsicha por dia não deixa dúvidas de que estamos lidando com fanáticos. Eles não estão escondendo o desejo de taxar e proibir para forçar uma dieta quase vegana à população mundial”, comentou Christopher Snowdon, do Instituto de Assuntos Econômicos do Reino Unido.
Novas porções
De acordo com The Guardian, a principal proposta dos pesquisadores é a redução substancial de carne, permitindo o consumo de um pedaço de carne e duas porções de peixe por semana. Outro corte importante é o consumo de produtos lácteos para 250 gramas diárias, o que corresponderia a cerca de um copo de leite, um pouco de queijo ou manteiga e um ovo ou dois por semana. Além das reduções, a dieta prevê a ampliação do consumo de produtos de origem vegetal.
“As pessoas devem comer uma variedade de alimentos à base de plantas, reduzir a quantidade de alimentos de origem animal e de alimentos altamente processados e com açúcares adicionados, diminuir os grãos refinados e trocar as gorduras insaturadas pelas saturadas”, esclareceu Walter Willett, principal autor do relatório, à CNN.
Diferenças regionais
No entanto, essa adaptação deve levar em consideração as diferenças regionais já que cada país pratica uma alimentação rica em diferentes nutrientes. Os norte-americanos, por exemplo, precisariam reduzir em 84% a carne vermelha, e aumentar as porções de lentilha e feijão em seis vezes para que as proteínas necessárias fossem fornecidas.
Já para os europeus, o consumo de carne deveria ser cortado em 77%, enquanto a quantidade de nozes precisaria amentar em 15 vezes para garantir equilíbrio proteico. Mesmo com os cortes, a equipe acredita que a nova dieta seja capaz de fornecer 2.500 calorias por dia.
Com informações: Veja /BBC News