Economia Criativa: produção cultural um negócio estratégico para os territórios

Por Regina Medeiros Amorim

Em vários lugares do mundo os impactos dos setores culturais sobre a economia são cada vez mais visíveis e significativos, tornando a produção cultural um negócio estratégico para os territórios.

A insuficiência de dados e estudos sobre a economia da cultura no Brasil, tem contribuído para a invisibilidade desse setor, inclusive a dificuldade de comparação mais efetiva das atividades culturais brasileiras com a de outros países.

O momento é oportuno para que os novos planos de governos estadual e federal incluam investimentos para o desenvolvimento de pesquisas, bases estatísticas e produção de informações atualizadas, fundamentais para a formulação de políticas públicas de cultura.

Uma política pública bem formulada precisa de um diagnóstico que identifique os problemas e as necessidades, bem como as soluções dos problemas para o desenvolvimento do setor que se deseja atuar.

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Uma política pública significa o reconhecimento, por parte dos governantes do papel estratégico da cultura, na preservação da identidade de um território.

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O Sistema de Informações e Indicadores Culturais 2020 (SIIC), pelo IBGE, informa que a pandemia teve forte efeito no setor cultural. Em 2019, 5,5 milhões de pessoas (5,8%) trabalhavam em atividades culturais. Em 2020, eram 4,8 milhões (5,6%), invertendo ganho crescente do setor desde 2016.

Dados do IBGE/2020, indicam que 41,2% dos trabalhadores da cultura atuam na informalidade. O setor cultural emprega 5,6% dos trabalhadores brasileiros.

Cidades maiores ofertam mais bens e serviços e tendem a produzir mais atividades culturais, estimulando o deslocamento do público da sua região de influência. Municípios menores têm nessas atividades, a principal ou uma das principais motivações para atrair o deslocamento de moradores de outros lugares.

Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) informa que 5,2% dos municípios têm atratividade cultural maior do que a esperada, com festivais de cinema, turismo cultural, apresentações musicais, feiras de livros, desfile de carnaval, peças de teatro, eventos culturais e festas tradicionais populares. Mais da metade desses municípios têm equipamentos culturais (57%) como museu, teatro ou sala de espetáculo, centro cultural, cinema, clube e ponto de cultura.

Com essa amostragem é possível perceber o quanto o setor cultural tem grande significado para a economia. É incontestável a importância dos dados estatísticos do IBGE no campo cultural, subsidiando com informações e conhecimentos, a gestão pública em todas as esferas e fundamentando os estudos e projetos, de mestrado e doutorado, em diversas áreas de ciências humanas.

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O Instituto Itaú Cultural, criado em 1987, também é uma excelente fonte de dados, pois dispõe do mapeamento de manifestações artísticas e incentiva a pesquisa e a produção dos mais diversos segmentos culturais.

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A pesquisa tem um papel importante para as práticas culturais da população e para as políticas públicas, possibilitando a qualificação, expansão e diversificação das atividades culturais e do turismo com os museus, teatros, festas populares, exposições e outras experiências.

A cultura e a arte são a identidade de um território, razão pela qual é fundamental o apoio dos poderes públicos, mas também deve ser percebida pelos produtores culturais e consumidores, como uma atividade econômica sustentável, um negócio criativo em um mercado competitivo.

As artes são expressões da criatividade humana que criam riqueza e trabalho nas diversas áreas de nossa vida, como fontes de entretenimento e crescimento espiritual. Podemos até afirmar que os setores culturais estão se tornando mais comerciais e mais competitivos, mas para isso, a criatividade, a qualidade e originalidade são essenciais.

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A tendência de tempo livre mais amplo, converge para as atividades de enriquecimento cultural, com oportunidades para a atração de novos e maiores públicos nos espaços culturais, além de fomentar mais qualidade de vida e de tempo criativo para os cidadãos.

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É por isso que as políticas culturais precisam favorecer a diversidade cultural e fornecer aos diversos segmentos da população os meios de desenvolver seu potencial criativo e suas aspirações mais legítimas.

Imagem de capa: Coco de roda no Gurugi, Conde-PB | Reprodução

Regina Medeiros Amorim

Gestora de Turismo e Economia Criativa. Paraibana, sertaneja, natural de Santa Luzia. Em 1976 mudou-se para a capital paraibana. Viveu em Maceió (Al) de 1989 a 1999.  Radicada em João Pessoa desde 2000.

Trabalha no Sebrae da Paraíba. Mestre em Visão Territorial e Sustentável do Desenvolvimento, Pós-graduada em Gestão e Marketing do Turismo. 

*Dama Comendadora do Turismo – Comenda Cruz do Mérito do Turismo – Câmara Brasileira de Cultura. (Outorga de Notáveis da Região Sul em Foz de Iguaçu e demais regiões do Brasil – Foz do Iguaçu-PR, em 14/05/22).

Facebook: https://www.facebook.com/regina.medeirosamorim

E-mail: reginaamorim1256@gmail.com


Edição: Josy Gomes Murta


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