Empreendedora cria brechó com práticas sustentáveis certificadas e fatura R$ 690 mil

Desapeguei Bonito conquistou o selo Lixo Zero do Brasil, concedido pelo Zero Waste International Alliance (ZWIA)


Criado, em 2015, pela empreendedora Carol Rosignoli, 30 anos, o Desapeguei Bonito (DB) surgiu inicialmente como uma página no Instagram. Grávida, sem renda e com muitas roupas paradas, a empreendedora decidiu vender peças que não usava mais. “Era consumista e tinha muita coisa. Era tanta roupa e sapato, que brinquei: ‘Desapeguei bonito’. Deu tão certo vender os meus desapegos que passei a revender os das minhas amigas também”, afirma.

A ideia se tornou um empreendimento que faturou, em 2022, R$ 690 mil. O DB é também o primeiro brechó do país a conquistar a certificação Lixo Zero do Brasil, selo concedido pelo Zero Waste International Alliance (ZWIA), que tem como principal objetivo atestar a correta gestão de resíduos sólidos aplicada de acordo com a metodologia Lixo Zero.

O começo

Do início tímido, se passaram três anos até o primeiro grande passo do brechó. Foi em 2018, que Rosignoli ganhou sócias, juntas elas abriram o primeiro espaço físico do DB, inicialmente em uma sala comercial.

“Ter uma loja física foi um ato de coragem. Éramos um negócio muito pequeno e tínhamos medo de aumentar muito os custos e de não dar certo, não ter retorno. Mas essa conquista foi uma virada de chave, porque foi quando percebemos que o negócio realmente estava dando certo”, pontua.

Pouco tempo depois, agora com a sócia a arquiteta Ana Paula Gonçalves, 28 anos, veio a terceira loja, que tem 300 m² e reúne o acervo do brechó, um espaço colaborativo para marcas brasilienses, além de uma cafeteria. O espaço também é palco para feiras de brechós da cidade e eventos culturais. As vendas também são feitas via e-commerce.

O acervo do brechó conta com mais de 5 mil produtos, entre roupas, bolsas, sapatos e acessórios. O processo de captação de itens é realizado por compra ou consignação. “Todas as peças que recebemos passam por uma curadoria. A diferença dos modelos é que na compra, o pagamento é feito logo após a escolha dos itens”, acrescenta Rosignoli.

Em 2022, o negócio faturou R$ 690 mil. Para 2023, segundo as empreendedoras, a meta é chegar ao primeiro R$ 1 milhão. “Nossa meta de crescimento em relação ao ano anterior era de 30%, aproximadamente 910 mil. Mas se seguirmos esse ritmo vamos bater o nosso primeiro 1 milhão no próximo semestre”, afirma Rosignoli.

Selo Lixo Zero

O brechó iniciou o compromisso Lixo Zero, do Instituto Lixo Zero Brasil, no ano passado, com o intuito de assumir a responsabilidade de olhar criticamente para toda sua cadeia produtiva, trabalhar com práticas coerentes, reduzir e otimizar os recursos e o consumo.

Para a conquista do selo, o DB contou com a ajuda de uma cliente: Renata Uchôa, bióloga e CEO da Vibe Verde, empresa que presta serviços de sensibilização ambiental e consultoria para obtenção do certificado.

“As primeiras mudanças que fizemos e que agora fazem parte da nossa operação foram a coleta seletiva na loja e na copa, a compostagem de orgânicos com Projeto Compostar, a criação de um centro de triagem e a parceria com um catador do aplicativo Cataki”, diz Rosignoli.

Com essas ações o DB conquistou uma pontuação acima dos 94% na categoria desvio de aterro, o que assegura a destinação adequada dos resíduos sólidos, como para reciclagem e compostagem.

Expansão e parcerias

O próximo passo das empreendedoras é a implementação de um sistema de gestão empresarial exclusivo para brechós. “No ano passado, participamos de um programa de aceleração de startups da B2Mamy, com apoio da Continental e Google for Startups, e ficamos em terceiro lugar. Com o valor do prêmio, investimos em uma startup que desenvolveu exclusivamente um Sistema ERP específico para o nosso segmento e o desenvolvimento de cursos de capacitação para brechós.”

O processo de desenvolvimento e aperfeiçoamento da tecnologia foi feito em parceria com outro brechó brasiliense, O Bem Que Te Quis. O próximo passo é fundir os dois negócios e criar uma rede de brechós.

“Queremos e gostamos de contribuir para o consumo de moda mais consciente. Investindo em tecnologia, capacitação e sustentabilidade para a ampliação do mercado de segunda mão. Entendemos que, se o DB for cada vez mais reconhecido como um brechó sustentável, como um negócio de sucesso, isso passa a influenciar todo o setor positivamente”, afirma.


Com informações: PEGN

 Edição: Josy Gomes Murta


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