Estudo descobre a importância de se sentir amado no bem-estar psicológico
Uma nova pesquisa da Universidade Estadual da Pensilvânia (EUA) descobriu que sentir-se amado no dia-a-dia leva a maiores níveis de bem-estar psicológico.
Neste estudo, “sentir-se amado” significava reportar breves experiências de amor e conexão durante a vida cotidiana.
O que é “se sentir amado”?
“Ser amado cotidianamente é conceitualmente muito mais amplo que o amor romântico. São pequenos momentos da sua vida quando você experimenta ressonância com alguém. Por exemplo, se você está conversando com um vizinho e ele expressa preocupação pelo seu bem-estar, então isso pode ressonar em você e ser experimentado como um sentimento de amor, o que pode melhorar seu bem-estar”, explicou uma das autoras do estudo, Zita Oravecz.
Metodologia
Em dois experimentos, os pesquisadores descobriram que as pessoas que se sentiam “amadas” exibiam maior bem-estar psicológico, incluindo senso de propósito e otimismo.
Além disso, eram em geral pessoas com personalidade mais extrovertida, enquanto os que se sentiam menos amados demonstravam mais sinais de neuroticismo, um traço de personalidade ligado a ansiedade, preocupação, medo, raiva e humor depressivo, entre outras coisas.
Para chegar a essas conclusões, a equipe recolheu dados através de smartphones de mais de 200 indivíduos. Os participantes receberam seis lembretes aleatórios por dia durante um mês para relatar seu senso de amor e bem-estar. As mensagens não tinham hora certa para chegar, de forma que as pessoas não podiam “se preparar” para reagir a elas – o que foi essencial para driblar o viés da expectativa.
Uma vez que os experimentos geraram uma quantidade enorme de dados, os pesquisadores decidiram usar ferramentas estatísticas nuançadas – especificamente, um modelo de equações diferenciais estocásticas de método bayesiano – a fim de identificar os processos que se destacavam em meio a informações “inúteis”.
Segundo Oravecz, esse método é adequado para investigar sistemas sociais complexos, que envolvem relacionamentos que geram dados altamente variáveis. Ele poderá ser mais utilizado conforme os cientistas sociais coletem e utilizem grandes quantidades de dados a partir de dispositivos como smartphones e relógios inteligentes.
Pense nisso!
De acordo com o estudo, a sensação de ser amado aumentou com o tempo de forma geral, o que sugere que fazer as pessoas pensarem nessas experiências levou a relatos mais frequentes de sentir-se amado.
“É algo que vimos na literatura científica sobre atenção plena: quando as pessoas são lembradas a focar a atenção em coisas positivas, sua consciência geral dessas coisas positivas começa a aumentar. Da mesma forma, somente prestar atenção aos momentos cotidianos de amor também pode aumentar nossa consciência dos aspectos positivos gerais do amor em nossas vidas diárias”, esclareceu Oravecz.
Uma vez que o efeito foi observado nos dois experimentos, os cientistas creem que a conscientização sobre o amor sentido no dia-a-dia “pode, por si só, ser uma intervenção que aumenta os níveis de amor sentido por um longo período de tempo”.
Mais estudos
Entretanto é importante observar, que a correlação vista entre sentir-se amado e bem-estar psicológico nesse estudo pode não ser causal.
Segundo os pesquisadores, mais estudos precisam ser realizados para confirmar o link entre essas duas coisas, e em seguida podemos pensar em terapias ou intervenções para aumentar o bem-estar das pessoas – como enviar lembretes regulares a indivíduos convidando-os a pensar nas experiências positivas de amor que tiveram ao longo do dia.
Para saber mais, leia o artigo sobre a pesquisa que foi publicado na revista científica Personality and Individual Differences. [MedicalXpress].
Com informações: Hypescience
Edição: Josy Gomes Murta