Estudo revela mistério das expressões faciais da Mona Lisa
Diversas hipóteses para a aura de mistério que envolve a maior obra da pintura ocidental, a Mona Lisa.
Afinal, a Mona Lisa está ou não sorrindo?
A expressão enigmática da musa já foi justificada por sua falta de dentição, como resultado de uma doença venérea, ou até como truque estético de Leonardo da Vinci.
De acordo com uma pesquisa desenvolvida na Universidade de Freiburg. A Mona Lisa está realmente sorrindo. É o que a maioria das pessoas enxerga. A Gioconda foi caracterizada como “muito feliz” por 97% dos entrevistados num estudo sobre a interpretação das expressões faciais.
Para entender como seu semblante é interpretado por nosso cérebro, cientistas criaram oito diferentes releituras da obra. Em cada uma delas, a curvatura da boca da Gioconda era um pouco alterada. A técnica tinha o intuito de modificar a expressão da modelo, deixando-a com aparência mais triste ou mais feliz. Doze pessoas, entre 20 e 33 anos, participaram do experimento, observando em ordem aleatória a obra original e as oito releituras.
Os participantes deveriam analisar cada uma delas, dizendo se achavam a representação feliz ou triste, e o quanto estavam seguros dessa afirmação. As respostas foram utilizadas para organizar uma escala de certeza, da versão mais triste para a versão mais alegre. A pintura original foi identificada como feliz em quase 100% dos casos.
Em um segundo momento, o quadro original foi colocado como sendo a mais alegre. A releitura mais triste formava o outro extremo e o conjunto era intercalado por sete versões intermediárias.
O resultado observado foi o mesmo: apesar de uma diferença menor de semblante entre cada quadro, a obra de Leonardo da Vinci continuou sendo apontada como a mais feliz, mesmo acompanhada apenas de versões down.
Nesse caso, os cientistas observaram alteração nas funções psicomotoras do cérebro dos participantes em relação ao primeiro experimento.
“Ficamos realmente espantados. Dadas as descrições da arte e da história da arte, pensamos que a descrição mais utilizada seria a ambiguidade”, afirmou o neurocientista Juergen Kornmeier, da Universidade Federal de Freiburg e co-autor do estudo publicado na Nature.
Tais funções correspondem às experiências vividas por uma pessoa, que ajudam a compor sua forma de ver o mundo. Segundo os pesquisadores, isso indica que o contato com uma variedade maior de expressões está ligado a interpretações mais complexas do outro. E também que o mistério no sorriso da Mona Lisa pode ser só invenção da nossa cabeça.
Esta não é a primeira vez que a Mona Lisa tem os seus sentimentos mais profundos analisados. O Weekly Observer aponta que um estudo de 2005 realizado por cientistas da Universidade de Amesterdão chegou a uma conclusão semelhante através de um software de reconhecimento de emoções, que teve em conta uma variação de características faciais, incluindo a curva dos lábios e rugas à volta dos olhos.
No estudo, os cientistas concluíram que a imagem expressa “83% de felicidade, 9% de arrogância, 6% de medo e 2% de raiva”.
Com informações: Super Interessante / Zap aeiou Pt