Ex Africa: maior exposição de arte contemporânea africana

Um continente marcado pela renovação criativa e artística. No Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, pinturas, esculturas, instalações, vídeos e performances mostram os países daquela região em processo contínuo e efervescente de produção cultural. De 20 de janeiro a 26 de março a cidade carioca recebe a exposição ‘Ex Africa’.

Considerada a maior exposição de arte contemporânea africana, a mostra traz mais de 80 obras de dezenas de artistas de renome internacional entre nigerianos, sul-africanos, zimbabueanos, senegaleses, angolanos, além de dois artistas afro-brasileiros.

Imagens do “Projeto Diáspora”, do senegalês Omar Victor Diop. Foto: Joana França/Divulgação

Em ‘Ex Africa’, países africanos e latinos se encontram nas suas semelhanças, tantos nos dilemas, quanto nos desafios atuais que ambos os continentes enfrentam. As obras discutem os reflexos da história no presente e questões que envolvem a urbanização das cidades como a gentrificação e a migração.

“A exposição acontece num momento em que a herança africana volta a estar em evidência, principalmente no Rio”, afirmou o curador alemão Alfons Hug. “A fotografia talvez seja, ao lado da escultura, o grande destaque da arte africana atual, sobretudo, na África do Sul, cujos fotógrafos, ao meu ver, estão entre os mais originais do mundo”, disse. Os trabalhos da exposição são divididos em quatro eixos.

“Ponte City”, do sul-africano Mikhael Subotzky e do britânico Patrick Waterhouse. Foto: Divulgação

Em uma das obras da mostra que tratam das cidades, o designer gráfico nigeriano Karo Akpokiere une ilustrações que mesclam o caos urbano de uma megalópole com elementos da cultura pop para fazer uma sátira ao bombardeio publicitário que invade as metrópoles e as vidas das pessoas.

O também nigeriano J. D. Okhai Ojeikere, dentro de outro eixo traz fotografia de penteados registrados ao longo de 40 anos. Símbolos culturais de alguns países africanos, a obra ‘Hair Styles’ apresenta as verdadeiras esculturas que podem representar religião, posição social e até sinalizar jovens em época de se casar.

Obra “Código Negro”, do fotógrafo Leonce Raphael Agbodjélou, do Benin. Foto: Joana França/Divulgação

Retratos de africanos que se tornaram personalidades estão no ‘Projeto Diáspora’, do senegalês Omar Victor Diop. Na série ‘Gênesis’, de Kudzanai Chiurai, do Zimbábue, fotografias questionam o papel que uma parte dos espectadores atribui a pessoas negras.

Já o artista carioca Arjan Martins mostra em suas pinturas os navios que levaram os africanos pela longa viagem pelo Atlântico para chegar nas Américas. A obra marca os 130 anos da abolição no Brasil completados em 2018 e é inspirada no intercâmbio do brasileiro em Lagos, na Nigéria, onde os negros libertos passaram a viver.

“Fragments”, instalação do ganês Ibrahim Mahama. Foto: Divulgação

“É um território com 30 milhões de quilômetros quadrados, com 54 quatro países e mais de 2 mil idiomas, é difícil abarcar essa riqueza cultural. Obviamente, temas como a escravidão e o colonialismo ainda permeiam algumas dessas produções, mas grande parte das obras tratam do que eu chamo de ‘drama urbano’”, observa o curador Alfons Hug

Além do Rio de Janeiro, a Ex Africa ainda ficará em cartaz em São Paulo, em abril e em Brasília, no mês de agosto. Em 2017, a exposição levou um público de 150 mil pessoas para Belo Horizonte, em Minas Gerais.


Com informações: Isto É / O Globo

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