Exposição inspira conexões entre 700 obras no Stedelijk Museum na Holanda
Conexão e liberdade. Nas paredes de aço, com madeiras brancas irregulares fixadas, o olhar traça o seu próprio percurso. No Museu Stedelijk, em Amsterdã, na Holanda, o ano começou rompendo as formas tradicionais de expor a arte. ‘Stedelijk Base’ reúne 700 peças da coleção do principal museu de arte moderna e contemporânea do país.
Em dois andares inteiros as obras são espalhadas de forma intencionalmente aleatória. Há trabalhos de Paul Cézanne, Marc Chagall, Andy Warhol, Keith Haring e Jeff Koons, por exemplo, ao lado de artistas holandeses menos conhecidos pelo público, como a pintora Suze Robertson e os fotógrafos Ed van der Eldsken e Rineke Dijkstra. O objetivo é que o público estabeleça conexões inesperadas entre as peças.
“Queríamos criar narrativas não lineares. O novo sistema foca nas obras como se elas estivessem em rede, no sentido de que elas não falam por si, mas sim em relação a outras peças”, explicou a co-curadora Margriet Schavemaker. O conceito da mostra foi desenvolvido pela ex-diretora do museu, Beatrix Ruf, junto com o arquiteto holandês Rem Koolhaas e o italiano Federico Martelli.
‘Stedelijk Base’ é uma metáfora do cotidiano e do comportamento da humanidade em tempos de tecnologias digitais. “Na cidade, você caminha e encontra praças grandes, becos pequenos, você cria conexões que de alguma forma estão em fluxo. Na internet, quando as pessoas fazem uma busca elas se deparam com uma ‘nuvem’ de trabalhos e ideias relacionados”, conta Schavemaker.
Pintura, fotografia, escultura, instalação e design são algumas das técnicas presentes na exposição. Além das diferentes formas de expressão, a mostra proporciona uma viagem no tempo. Há peças de 1880 e dos anos 1970 no piso inferior e arte da década de 1980 até os dias atuais, no andar superior. As galerias foram organizadas em ordem cronológica e temáticas. A exposição ‘Stedelijk Base’ fica em cartaz por cinco anos.
Com informações: Estadão / Stedelijk