Felicidade: detalhes pode interferir no nosso funcionamento cotidiano
Um estudo realizado com mais de 10 mil participantes de 48 países. Os psicólogos Ed Diener, da Universidade de Illinois, e Shigehiro Oishi, da Universidade de Virginia, descobriram que pessoas de todos os cantos do mundo consideram a felicidade mais importante do que outras realizações pessoais altamente desejáveis, tais como ter um objetivo na vida, ser rico ou ir para o céu.
A febre da felicidade é estimulada em parte pelo crescente número de pesquisas que sugerem que, além de ser boa, a felicidade também faz bem e ela está ligada a muitos benefícios, desde maiores salários e um melhor sistema imunológico até estímulo à criatividade.
A maioria das pessoas entende que a felicidade verdadeira é mais do que um emaranhado de sentimentos intensos e positivos. Melhor descrita como uma sensação plena de “paz” e “contentamento”. Não importa como seja definida, a felicidade é parcialmente emocional, e por isso está ligada à máxima de que cada indivíduo tem um ponto de regulação, como um termostato, definido pela bagagem genética e a personalidade de cada um.
A felicidade verdadeira dura mais do que uma dose de dopamina, por isso é muito importante pensar nela como algo que vai além da emoção.
A sensação de felicidade de cada um também inclui reflexões cognitivas, tais como quando você ri ou não! da piada do seu melhor amigo, ou quando analisa o formato do seu nariz ou a qualidade do seu casamento.
Somente parte desta sensação tem a ver com o que você sente; o resto é produto de um cálculo mental, em que você computa suas expectativas, seus ideais, a aceitação daquilo que não pode mudar e inúmeros outros fatores. Assim, a felicidade é um estado mental e, como tal, pode ser intencional e estratégico.
Muita atenção aos detalhes, eles podem interferir no nosso funcionamento cotidiano, como dizem as pesquisas realizadas pela psicóloga Kat Harkness, da Queen’s University.
Em seu estudo, ela mostra que as pessoas deprimidas tendem a notar mudanças nas expressões faciais dos outros a cada minuto. Já as pessoas felizes tendem a ignorar tais mudanças repentinas, um ar de aborrecimento, um sorriso sarcástico.
Você provavelmente conhece tal fenômeno das interações com seu parceiro. Quando estamos de mau humor, notamos pequenas mudanças de expressão que geralmente surgem de uma briga (“Eu vi você virar os olhos pra mim! Por que você fez isso?!”), mas quando estamos de bom humor, passamos por cima desses detalhes (“Você me provoca, mas eu sei que no fundo você ama estar perto de mim”).
As pessoas mais felizes têm uma proteção emocional natural contra a energia desgastante dos pequenos detalhes.
Com informações: Revista Galileu