Fulô Mimosa: música nordestina em sete vozes femininas

O ambiente acadêmico floresce. Dessa vez as pesquisas universitárias não resultaram em teses, tecnologia ou qualquer outro produto. Das teorias e técnicas nasceu a música em som e ritmo popular. Um jardim de sete vozes femininas que formam o grupo Fulô Mimosa.

A banda nasceu do trabalho do Maestro Chiquito, grande responsável pela criação de importantes grupos musicais no estado da Paraíba. “Eu já tinha a ideia de fazer um grupo assim. Pessoas da Universidade que são mais disciplinadas, que leem música e que não tivessem tanta intimidade com o forró”, contou o músico.

Fulô Mimosa. Foto: Divulgação

São 7 cantoras e nenhuma delas é a voz principal. “Algumas vezes uma sola e as outras respondem. Mas têm vezes que são sete vozes diferentes fazendo contraponto”, explicou o Maestro Chiquito.

As meninas que representam um nordeste florido são Anna Perla (voz e cavaquinho), Bianca Nóbrega (voz e flauta), Harue Tanaka (voz e sanfona), Ingrid Simplício (voz e violão), Priscilla Fernandes (voz e zabumba), Semmuth Almeida (voz e triângulo) e Thay Fernandes (voz e agogô). Todas as integrantes têm relação direta com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Meninas da primeira formação do grupo, acompanhadas do Maestro Chiquito. Foto: Divulgação

A pouca intimidade com o forró não foi impedimento para as cantoras. “Têm dois detalhes. Primeiro: elas são musicistas. Segundo: o forró está no sangue de nós nordestinos. Então, a proporção que elas vão tendo contato com a música nordestina, com o forró, é mais fácil de assimilar”, argumentou o criador do grupo.

Além de valorizar as raízes da música da região Nordeste, o Fulô Mimosa também lança uma provocação. “O repertório é pensando na ideia de instigar os compositores a fazerem músicas para mulher cantar. As que existem são poucas, a maioria é feita para homens. Então, a gente tem que ir cobrando dos compositores que façam mais músicas para as mulheres”, destacou o Maestro Chiquito.

O Maestro

Maestro Chiquito como regente. Foto: Reprodução

Com uma vida dedicada a incentivar o desenvolvimento da cultura musical da Paraíba, Francisco Fernandes Filho, o Maestro Chiquito, como é conhecido, considera o Fulô Mimosa uma inovação. “Esse é um grupo diferente de todos os outros que já criamos. É um grupo a mais, é um filho a mais. É muito importante para gente que vive disso. Eu tenho essa coisa de estar criando grupos. Não gosto de ficar parado. Então, é mais uma satisfação”, comentou.

Natural de Santa Luzia, cidade do Sertão do Seridó paraibano, Maestro Chiquito passou a morar em João Pessoa no início dos anos 1980. Ainda criança na sua terra natal começou a tocar zabumba-melê nos forrós dos sítios e já formava grupos musicais com a garotada da vizinhança. Suas primeiras lições na área foram aprendidas na Banda de Música Duarte Machado onde foi trombonista e trompetista.

Francisco Fernandes Filho é um grande incentivador da cultura regional. Foto: Reprodução

Na capital tornou-se aluno do curso de extensão do Departamento de Música da Universidade Federal da Paraíba e, 1981, ingressou no Bacharelado em Música com habilitação em Trompete pela UFPB. Passou a integrar a Orquestra Sinfônica da Paraíba como trompetista e anos depois, junto com outros músicos criou a Orquestra Metalúrgica Filipéia.

Deste então, o paraibano tem sido responsável pela formação de muitos músicos e de diversos grupos no estado. Várias composições e arranjos de canções interpretadas por artistas renomados e locais também são obra do Maestro Chiquito.


   


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Por Marcella Machado, da redação do Conexão Boas Notícias 

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