Gerando Falcões e Accenture lançam programa para acelerar soluções para as favelas
O projeto será conduzido com a ajuda de empresas parceiras e investidores que ajudem a escalar as inovações geradas pelas startups
Missão. “Desenvolver o Brasil a partir das favelas.” Essa é a missão definida por Edu Lyra, fundador e CEO da ONG Gerando Falcões, para o programa Favela Beta, lançado recentemente (30/07) em parceria com a Accenture.
O objetivo imediato do projeto é resolver problemas de moradia, saneamento básico, saúde e renda das favelas, por meio da aceleração de startups que criem soluções para as comunidades.
O programa será conduzido com a ajuda de empresas parceiras e investidores que ajudem a escalar as inovações geradas pelas startups – tanto aquelas criadas dentro da favela quanto as fundadas fora das comunidades, mas que tenham propostas para a favela. Segundo Vinícius Fontes, diretor da Accenture Ventures para a América Latina, a lógica é semelhante à de uma incubadora, mas com o movimento de criação “de dentro para fora, e não de fora para dentro”.
“A favela está na base da discussão”, afirma Fontes. A partir das ideias propostas, o programa vai selecionar as prioridades, testar protótipos e ajustá-los de acordo com as necessidades das comunidades, até que possam produzidos comercialmente e escalados.
Favela 3D
As áreas de atuação foram definidas pelo Favela 3D, programa já existente da Gerando Falcões, com base em oito pilares: moradia digna, geração de renda, acesso à saúde, cidadania e cultura de paz, cultura, esporte e lazer, direito à educação, primeira infância e autonomia da mulher. Tudo isso com uma abordagem prática e sustentável.
Os primeiros projetos em desenvolvimento estão voltados o saneamento básico e contam com o paoio da BRK Ambiental, primeira parceira do Favela Beta. Um deles envolve o uso de fossas ecológicas e biodigestores para coleta e tratamento de água e esgoto. O projeto é de autoria de voluntários e moradores do bairro de Vergel do Lago, um dos mais antigos de Maceió, no estado de Alagoas.
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“O Fabela Beta nasce para antecipar o futuro e tornar essas propostas viáveis, a fim de gerar riqueza e prosperidade social para as comunidades.”
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“Para acelerar o combate à pobreza, precisamos de uma grande plataforma de inovação”, diz Edu Lyra. “O Fabela Beta nasce para antecipar o futuro e tornar essas propostas viáveis, a fim de gerar riqueza e prosperidade social para as comunidades.”
As favelas brasileiras movimentam R$ 119,8 bilhões por ano, segundo dados de 2019 dos institutos Data Favela e Locomotiva. Essa renda é maior que 20 das 27 unidades da federação e que o PIB do Paraguai.
Das favelas, diz Lyra, podem sair novos modelos econômicos, tecnologias de comunicação, aplicativos, sistemas de transformação de resíduos sólidos em energia renovável e outras soluções verdes que possam ser replicadas em todo o Brasil.
“O mundo vive uma grande encruzilhada do ponto de vista ambiental e social, e a favela pode se transformar numa fábrica de soluções para esses desafios”, diz.
Com informações: Época