Hélio Costa: Um homem da arte
Por Humberto de Almeida
O talentoso Oscar Wilde dizia que a arte começa quando a imitação acaba. Ele também tem muito disso. Procura ser o mais original possível. Nada de imitação. Se outro começa pela cabeça, ele opta em focar os pés; se uns optam pelos gestos, ele prefere o olhar.
Um olhar diferente ele não faz questão de ter: tem. Não se apresenta como “artista”. Apresentar-se como “Um homem da arte”. Não diz um homem que “faz arte”. Mas da arte. Assim mesmo. Um homem da arte que sabe fazer arte como poucos. Ele bem poderia dizer assim. Não disse.
Ontem o encontrei no Ponto de Cem Réis. A arte do encontro? Não! O encontro com um sujeito que faz arte. O papo? Tudo a ver com o papo deste Malabarista de palavras: arte com bom humor. Um papo sobre arte sem pretensões intelectuais. Se é um intelectual? Ele é.
Mas um intelectual não naquele sentido chato que vocês sabem melhor do que eu. Também nada de sábio ou erudito. Nem pretende. Nem pretendo. É apenas um sujeito que sabe pensar e pensa como poucos no que sabe: fazer excelentes documentários.
Ah, vídeos? Tudo bem: vídeos também. E nesses conta a história a sua maneira, respeitando sempre aquele que a sua historia lhe conta.
Assim é o baiano – somente agora descobri – Hélio Costa. Um “paraibaiano” que desde menino estava vocacionado para a arte. Ah, esse menino só faz arte! Lembrei-me de Dona Chiquinha, companheira de toda uma vida do Compadre Heráclito.
Acho que era assim também na Bahia desse artista. O menino Hélio cresceu fazendo arte. E hoje, fazendo arte por aqui, registra a história de artistas e celebridades outras paraibanas, que na verdade nem celebridades essas/essas precisam ser. Pois o seu olhar descobre a arte nesses, mesmo que esses escondam a arte que fazem.
O olhar… A arte de fotografar estar no olhar. Ótimo fotógrafo também. Os seus vídeos, pela vez deles, dos vídeos, não são longos. Também não precisa. Ele aprendeu a ser a síntese do que pensa e vê.
Assim é o artista da arte Hélio Costa. Um sujeito que faz arte, como um dia escreveu o bom Nietzsche, para não morrer de verdade.
* Humberto de Almeida – 1Berto Eu Plural