Jovens indígenas aprendem técnica de transformação do lixo orgânico em fertilizante para plantas
Módulo Sustentabilidade do Projeto Se Sabe de Repente. O 2º treinamento programado para este semestre foi concluído nessa sexta-feira (18), com a capacitação de 20 jovens indígenas na Aldeia Jaraguá, em Rio Tinto.
O curso de compostagem orgânica faz parte do módulo Sustentabilidade do Projeto Se Sabe de Repente, desenvolvido em toda a rede estadual de ensino, e que vem contemplando os alunos da Escola Estadual Indígena Cacique Domingos Barbosa.
Treinamento
As aulas estimularam o protagonismo dos jovens, por meio de várias parcerias, como a Empasa, que realizou o treinamento de aproveitamento do lixo orgânico produzido pela comunidade para ser empregado na horta da escola, como também no viveiro de plantas da unidade, destinadas ao reflorestamento de mananciais.
O objetivo primário na Aldeia Jaraguá é que a merenda escolar seja abastecida com essa horta, diminuindo os custos com a compra de alimentos, e posteriormente, estender a horta para as residências dos alunos envolvidos no projeto e da própria comunidade.
As mudas de plantas nativas do viveiro da unidade escolar, como Pau Brasil, Jatobá, Ipê Amarelo e Roxo, servirão para o reflorestamento de sete nascentes de água mineral e rios que circundam a comunidade que é rica em água, e deverá acontecer na Semana do Meio Ambiente, em junho deste ano.
Experiência exitosa
A tecnologia de transformar lixo orgânico em composto para a germinação de plantas tem sido uma experiência exitosa na destinação correta dos resíduos orgânicos, desenvolvida pela Empresa Paraibana de Abastecimento e Serviços Agrícolas (Empasa) desde 2011, e que depois de atender o mercado em grande escala com 400 toneladas produzidas, disponibilizar a matéria orgânica para experiências científicas, vem transferindo a técnica para escolas, presídios, entre outros.
Parceria
Segundo o articulador do Projeto Se Sabe de Repente e professor de Educação Física da Escola Indígena Cacique Domingos Barbosa, Emerson Felipe da Silva, a Empasa representa um dos principais parceiros na temática do meio ambiente e sustentabilidade para a escola e projeto, pois traz a ideia do destino correto dos resíduos para a transformação do composto orgânico que é pouco difundida na região, e em especial, nas aldeias.
“Essa tecnologia será um marco para as 32 aldeias de etnia Potiguar em três municípios, como Marcação, Rio Tinto e Baía da Traição, que hoje têm em torno de 20 mil índios. “Deveremos ser multiplicadores não só das 300 famílias da Aldeia Jaraguá, mas toda a comunidade indígena do Litoral Norte”, comentou Emerson Felipe da Silva.
Coleta seletiva
As aulas teóricas e práticas com programação de 40 horas/aula, foram ministradas na própria escola estadual da aldeia e o conteúdo abordado trouxe assuntos como: coleta seletiva e sua importância, classificação e transformação. Durante as aulas práticas, alunos do 5º ano do ensino fundamental, ao 3º ano do ensino médio, puderam aprender como desenvolver uma leira de composto orgânico no quintal da escola.
Silvana Alves, coordenadora do Programa de Compostagem da Empasa, destacou: “Estimular essa consciência limpa nas pessoas não tem preço, pois você começa a entender que o meio ambiente precisa ser tratado com outro olhar, pois devemos fazer valer o que está no artigo 255 da Constituição Federal, ao declarar que precisamos cuidar da geração, não só a atual, mas a futura, com o destino correto dos resíduos”.
Alternativas
O presidente da Empasa, José Tavares Sobrinho, ressaltou: “Dentro da iniciativa de responsabilidade socioambiental, estimulada pela atual gestão governamental, a empresa buscou agregar outras ações que pudessem contribuir para a qualidade de vida da população, não só com a garantia de alimento na mesa do cidadão, mas, também, com alternativas que possam destinar corretamente os resíduos orgânicos, resultantes da comercialização praticada dentro das três Centrais de Abastecimento, administradas pela estatal”.
Valorização da aldeia
Para o aluno do 3º ano do ensino médio da Escola Estadual Indígena Cacique Domingos Barbosa, Severino Lucas Estevão da Fonseca, esse curso trouxe para todos os alunos envolvidos uma aprendizagem melhor quanto à destinação correta, não só do lixo inorgânico, como também o lixo orgânico, que pode ser reaproveitado. “Não devemos ficar com essa aprendizagem só para nós, devemos levar adiante para a nossa comunidade. Esse curso também vai valorizar a nossa aldeia e escola”, comentou.
A Empasa também doou para as duas iniciativas da escola 300 kg de composto orgânico produzidos na sede da empresa, no Cristo Redentor. O Programa de Compostagem da Empasa já tem uma demanda de sete cursos agendados para este 1º semestre.
Com informações: Secom-PB