Marca portuguesa vende água do mar para beber e cozinhar

Processada e engarrafada. Há uma marca portuguesa que está investindo em água do mar.  

“Um dia vi uma pessoa que estava a beber água do mar e achei aquilo um disparate, uma ideia estranha, quase descabida até. Mas não deixei de ficar curioso e fui pesquisar. Rapidamente percebi que a água do mar não é um medicamento mas sim um alimento que pode trazer muitos benefícios à saúde.”

Conta o empresário português Paulo Miguel Palha, 35 anos. Licenciado em Relações Públicas e Publicidade, e Pós-Graduado em Marketing é o Criador da marca  “Água do Mar”. Ele diz Porque razão criou a marca? 

“Por uma questão de necessidade, não havia e criar foi uma forma de resolver o problema e promover a saúde das outras pessoas.” 

Tudo começou

Após ter sido pai, o empresário sentiu que o desejo de viver o máximo possível para estar presente na vida do filho fez com que se interessasse mais pela nutrição e pela alimentação saudável, onde acabou por incluir a “Água do Mar”.

Quis experimentar, mas não encontrava nada à venda em Portugal. “Encontrei água do mar em França, Espanha, EUA, Japão e na Coreia do Sul, e percebi que em Portugal não era comercializada. Como não estava no mercado, e como acontece em tantos outros negócios, esta marca surgiu de uma necessidade.”

O empresário dedica-se o tempo inteiro ao seu projeto “The Most Perfect View”, um site onde estão compilados os hotéis com as vistas mais incríveis do mundo, e até já foi tema de matéria na “Forbes“, em 2011. Entretanto, arranjou tempo para avançar com um novo projeto.

Foto: Reprodução

A “Água do Mar” começou a ser idealizada em janeiro de 2017.

A marca só vende online packs de seis garrafas de 1,5 litros por 41,33€, o que dá cerca de 7€ cada uma. A compra pode ser feita diretamente no site ou através de transferência bancária. Paulo Palha garante que já há farmácias, supermercados e lojas de suplementos interessadas em fazer a revenda.

O que é que acontece à água até chegar a nós?

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Paulo Palha explica: “As nossas praias estão sempre mais expostas à poluição, quer por descargas residuais quer por contaminação dos banhistas que a frequentam, e isso faz com que não seja a água adequada para se beber”.

A empresa recolhe a água numa zona de tráfego marítimo muito reduzido numa reserva natural afastada da costa. Ela é recolhida a 40 metros de profundidade, ou seja, a água está livre de contaminação. Ainda é exposta à luz solar e isso “salvaguarda os minerais”, detalha. 

Depois de recolhida, a água sofre uma microfiltração que garante que as algas e as bactérias, não passam. No controle laboratorial, também é feito um despiste bacteriano, sendo que cada lote é sujeito a uma análise para controlo sanitário, salienta. 

Podemos beber a água sem qualquer problema?

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Inicialmente Paulo faz questão de explicar a diferença entre água hipertônica e água isotônica.

“A água hipertônica (água no mar no seu estado puro) tem aproximadamente 36 gramas de sal por litro, enquanto que o nosso meio interno tem 9,4. ‘Afinal, as nossas lágrimas e o nosso suor é salgado, por exemplo’. Como tem tanto sal, acaba por nos dar mais sede e, se consumida em excesso, pode desidratar o nosso corpo já que, quanto mais a bebemos, mais dificuldade terão os rins em eliminar o excesso de sal ingerido. Por isso mesmo, tem de ser diluída.”

“Para a tornar, então, isotônica (água do mar ajustada à tensão salina do nosso meio interno), que é o estado em que deve estar para a bebermos, tem de juntar ‘Água do Mar’ em estado puro com água mineral. Por exemplo, para fazer um litro de Água do Mar isotônica devem misturar-se 250 mililitros de ‘Água do Mar’ hipertônica e 750 de água mineral. A regra é sempre a mesma: uma parte de Água do Mar hipertônica e três de água mineral”.

Paulo compara beber “Água do Mar” a experimentar café sem açúcar: primeiro estranha-se mas depois torna-se um hábito. Ele diz que levou algum tempo até gostar de a beber. Mas, explicou que a mulher, a atriz brasileira Joana Balaguer, bebeu a água pela primeira vez como se fosse algo normal. Para quem quer tentar, começar por colocar gotas do mar num copo de água mineral é uma solução.

Cozinhar com “Água do Mar”

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“Na cozinha, podemos substituí-la pelo sal. A ‘Água do Mar’ tem cloreto do sódio, mas também tem vários minerais , como iodo, magnésio, potássio e cálcio, e é uma forma de cozinhar sem estranhar o sabor. Às vezes faço rizotto e massa com azeite e água do mar a substituir o sal”, disse

Paulo Palha deu o exemplo do chef espanhol Ferran Adrià, que tem um vídeo em que utiliza a água do mar na preparação dos pratos do seu restaurante. Em Portugal, muitos restaurantes cozinham o marisco com água do mar.

No site da “Água do Mar”, vão estar disponíveis várias receitas onde pode incluir esta água, como limonada do mar. 

A “Água do Mar” e seus benefícios

Foto: Reprodução

Paulo Palha esclarece que “Algumas pessoas reportam que quando começam a beber sentem algumas perturbações gastrointestinais, mas uma das funções da ‘Água do Mar’ é desintoxicar o corpo. E esses sintomas são resultado dessa limpeza do corpo, até porque a Água do Mar tem propriedades laxantes pela quantidade de magnésio”.

O médico André Casado, especialista em Medicina Interna e Intensiva no Hospital da Luz de Lisboa (PT), ao indagado se a água do mar é mais vantajosa do que a água mineral, declarou: as evidências em relação a isso são mínimas e não se conhecem estudos que evidenciem que a água do mar faça uma grande diferença para a saúde. ( NiT )

“Esta água tem muito sal e andamos há décadas a lutar contra o seu consumo. Embora seja sempre diluída para baixar a quantidade de sal, acaba por ter na mesma. Para pessoas normais, isto é, saudáveis, não será prejudicial nem terá perigos eminentes, a não ser que alguém se lembre de ir apanhar água à praia para beber”, destacou o médico.

No entanto, André Casado alerta que pessoas com insuficiência cardíaca, insuficiência renal e pedras nos rins jamais devem beber esta água. “Embora se diga que tem muito cálcio como algo positivo, isso tem sempre o lado negativo de agravar algumas doenças em que o cálcio não ajuda”, concluiu.


* O presente artigo possui caráter meramente informativo, sem a intenção de oferecer recomendações médicas. Não nos responsabilizamos por possíveis consequências provindas das dicas aqui relatadas. Somente médicos podem realizar diagnósticos e recomendar tratamentos. Procure sempre um profissional qualificado.


Com informações: Nit.pt / Água do Mar Pt

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