Microsoft apresentou projetos que usam a tecnologia para incluir cegos e cadeirantes
A divisão de pesquisas da Microsoft apresentou alguns projetos para ajudar pessoas com diferentes tipos de necessidades especiais. Os projetos incluem cadeiras de rodas controladas pelos olhos e mapas em áudio para pessoas cegas. A pesquisa é liderada pelo brasileiro Rico Malvar.
Um dos projetos é o Soundscape, um app para iPhone que cria um mapa auditivo conectado a dados de geolocalização e funciona da seguinte maneira: o app recebe dados do Open Street Maps e fornece informações em áudio para o usuário.
Exemplificando: se a pessoa quer ir a uma padaria que está a sua esquerda, o app começa a emitir um pequeno ruído naquela direção. Conforme se aproxima da padaria, o ruído se intensifica, o que guia o usuário até o local.
Autonomia
“O app dá autonomia ao cego e permite ele a guiar pessoas que enxergam”, enfatizou Malvar. O projeto está sendo desenvolvido em parceria com duas instituições de auxílio a cegos, a Guide Dogs, do Reino Unidos, e com a LightHouse, dos EUA.
O recomendado para o projeto é usar fones de ouvido que fazem indução óssea do som, o que permite deixa os ouvidos destampados e atentos para os ruídos a volta da pessoa.
Projeto para cadeirantes
Foi desenvolvido pela Microsoft Brasil. Um deles usa APIs de controle ocular da Eyedrive e permite que o cadeirante conduza uma cadeira motorizada utilizando os olhos. O cadeirante leva um computador a sua frente, um pouco maior do que um tablet, que é conectado uma pequena interface que liga a máquina a cadeira.
Um recurso embutido no sistema também permite que o cadeirante grave caminhos que realiza com frequência (da sala até o quarto, por exemplo). Assim, a cadeira faz o trajeto sozinha, sem que o cadeirante precise estar no comando o tempo todo. Basta o cadeirante realizar o trajeto uma vez e acionar a função para registrá-lo.
Eye Control
Um outro recurso para cadeirantes desenvolvido pela equipe de Malvar está no Windows, o Eye Control. Ele permite pessoas com restrições severas de movimentos (como doentes com esclerose lateral amiotrófica, conhecida por ELA) a digitar e se comunicar com as pessoas, idêntico com o que fazia a cadeira do físico Stephen Hawking.
O recurso já é embutido no sistema. Basta conectar um sensor de olhos na máquina para que ele faça a identificação do acessório.
Desenvolvido com o ex-jogador de futebol americano Steve Gleason (que tem ELA), a função permite cadeirantes digitarem até 15 palavras por minuto com os olhos. “Pessoas com digitação rápida conseguem produzir até 100 palavras por minuto. As mais lentas até 30. Sabemos que 15 palavras por minuto não é super veloz, mas nossas pesquisas indicam que com esse número é possível não há grande prejuízo para uma conversa entre uma pessoa com limitações de movimentos e fala e uma pessoa sem elas” declarou Malvar.
Veja o vídeo abaixo (em inglês), produzido pelo departamento de pesquisas da Microsoft.
Com informações: Uol