Minas Gerais vai desenvolver projeto agrivoltaico
Projetos-piloto em Minas Gerais vão avaliar sistema que combina cultivo de alimentos com geração de energia solar
Combinar geração de energia solar com o cultivo de alimentos em áreas rurais é a proposta do sistema agrivoltaico. A prática, que já tem estudos avançados em algumas partes dos Estados Unidos, começa a ganhar corpo no Brasil com a parceria entre a Cemig, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD).
Pesquisadores da Universidade do Estado do Oregon (EUA) estimam que se menos de 1% das terras agrícolas fossem usadas também para geração de energia solar, a produção seria suficiente para atender à demanda global de energia elétrica. No caso de Minas Gerais, o sistema agrivoltaico une dois grandes potenciais: a agricultura tem importância significativa para a economia (sendo o segundo estado brasileiro com mais agricultores familiares) e na questão energética Minas lidera a geração distribuída de energia solar no país.
Jaíba e Prudente de Morais
Além do agrivoltaico, Minas Gerais ainda vai testar a produção de energia em associação com a pecuária. Serão instalados três projetos-piloto nos municípios de Jaíba e Prudente de Morais, que vão permitir análises comparativas. O objetivo é entender quais serão as combinações de modelos de módulos e as melhores culturas para aumentar a produtividade global das atividades.
A implantação é fruto de uma chamada pública da Cemig e integra o Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) da Aneel. O investimento total é de cerca de R$10,5 milhões e as pesquisas serão desenvolvidas ao longo de 30 meses.
Projetos do tipo diversificam o uso do solo – um bem tão escasso quanto necessário. “Produzir alimentos e energia elétrica em um mesmo local é algo realmente inovador. Nesta fase inicial, estamos instalando unidades pilotos em campos experimentais da Epamig para testar culturas variadas em diversos arranjos e, assim, chegarmos a tecnologias adaptadas às condições de clima e solo para serem transferidas aos agricultores das diferentes microrregiões de Minas Gerais”, assegura o diretor de Operações Técnicas da Epamig, Trazilbo de Paula.
Soluções para diversas questões
As experiências vão buscar soluções para diversas questões. “Além dos desafios técnicos envolvendo áreas multidisciplinares, temos o lado social envolvendo tecnologias para facilitar a vida dos pequenos produtores rurais e o desenvolvimento de potenciais fornecedores da indústria nacional”, afirma Carlos Alberto Previdelli, gerente comercial do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações.
Segundo Previdelli, o sistema será customizado para o estado de Minas Gerais, envolvendo “aspectos técnicos, regulatórios, econômico-financeiros, sob as perspectivas do produtor rural, distribuidora de energia e provedor da solução do sistema integrado”, explica.
Com informações: Ciclo Vivo / Cemig / Epamig