Museu recria obras de arte com sons e até cheirinho de queijo em exibição adaptada para deficientes visuais
Exposição na Holanda usa comida, calor e frio para transformar pinturas em obras sensoriais.
Os visitantes de uma exibição holandesa intitulada “O Ponto Cego” podem se surpreender com o cheiro que sentirão, mas no melhor sentido.
O Museu Central de Utrecht lançou o projeto inusitado neste mês de agosto visando tornar suas peças mais acessíveis e agradáveis para os deficientes visuais.
A exibição recria pinturas existentes, mas com dimensões adicionais, como som e odor – entre eles, o cheirinho de queijo sazonado. Outra novidade é que os visitantes podem tocar as obras.
Em uma delas, partes pintadas de amarelo e vermelho são quentes para representar as cores, enquanto o azul é pintado sobre uma superfície fria.
Os visitantes que enxergam são incentivados a usar uma venda para desfrutar das obras, que incluem uma nova versão de “Natureza Morta”, feita por Floris van Dyck em 1610: “Natureza Morta com Frutas, Castanhas e Queijo”.
“A primeira coisa que me impressionou foi o cheiro”, disse Farid el Manssouri, que é deficiente visual, sorrindo depois de passar as mãos sobre o queijo, as uvas e um pão transformados em objetos da tela original de Van Dyck.
El Manssouri se perguntou como a mesa estava inclinada sem que a comida caísse. “Isso foi realmente surpreendente de sentir… imagino que estava muito bem colado”.
O artista Jasper Udink ten Cate e o projetista Jeroen Prins disseram que a ideia surgiu quando eles serviram comida para acompanhar uma obra de arte durante uma exposição.
“Uma moça cega estava lá e nós a ajudamos a tocar o quadro. Ela ficou muito emocionada. Foi quando nós percebemos que tínhamos algo valioso. Aquele momento foi o ponto de partida”, contou Ten Cate.
A administração do museu se prepara para trazer mais exposições inclusivas e com recursos além dos visuais.
Com informações: G1 / Reuters
Edição: Josy Gomes Murta
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