O elo entre governança e sustentabilidade no setor público brasileiro

Por Regina Medeiros Amorim

Falar dos princípios da economia criativa é dar ênfase à sustentabilidade, inclusão social, diversidade cultural, à governança e à inovação.

A governança e a sustentabilidade trazem na sua essência, a capacidade de criar futuros, com foco nas políticas públicas de preservação ambiental e de superação da pobreza.

O elo entre governança e sustentabilidade no setor público brasileiro, deve considerar e priorizar cada vez mais, os acordos e as tendências internacionais da ONU, presentes nos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Portanto, é urgente a efetivação de uma governança sustentável que se constitua e se desenvolva em todas as esferas de governo.

Uma boa governança compreende a capacidade de atuar estrategicamente, para o desenvolvimento nacional sustentável e para o bem-estar das gerações atuais e futuras.

É fundamental

Por isso é fundamental que o Brasil esteja alinhado à visão da ONU e às tendências do mercado internacional, fortalecendo parcerias com países que mantém ou pretende construir relações comerciais. Também é importante ter foco na transparência, para fortalecer a democracia e gerar crescimento inclusivo. A transparência e a participação da sociedade são fundamentais para que um governo tenha bons índices de governança pública.

As ações, projetos e resultados relacionados às práticas sustentáveis dos governos e das empresas, fortalecem o desenvolvimento territorial e o aproveitamento da mão de obra local. Nesse contexto, o projeto de economia criativa, coordenado pelos SEBRAE do Nordeste traz uma grande contribuição, porque estimula o empreendedorismo criativo e contribui para os indicadores ambientais, sociais, culturais e econômicos, de base local.

Sistema SEBRAE

O Sistema SEBRAE, além do estímulo ao empreendedorismo, tem excelentes exemplos de ações relacionadas à sustentabilidade e à governança. Essas pequenas ações locais, quando somadas em todo o território brasileiro, elas se tornam grandiosas, favorecendo a inclusão social, a sustentabilidade e a inovação. O Centro de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB – RJ) é outro exemplo de governança, que une todos os SEBRAE do País em parceria com os governos estaduais.  O Salão do Artesanato Paraibano, também exemplifica muito bem o papel da governança e da parceria público-privada, possibilitando aos artesãos, resultados positivos em vendas e acesso ao mercado.

Outra ação relevante é a dos consultores do SEBRAE, que atuam em rede, como Agentes de Roteiros Turísticos (ART), nas diversas regiões do Brasil, fortalecendo a governança e desenvolvendo a melhoria de produtos turísticos. Atuam principalmente, integrando representantes do poder público, sociedade civil, instituições de ensino, entidades empresariais vinculadas ao turismo e empreendedores, com a finalidade de apoiar o desenvolvimento da governança territorial, exercitar a capacidade de tomar decisões coletivas e pactuar projetos, que venham contribuir para sustentabilidade e a governança local e regional.

Precisam evoluir

Assim como as empresas, as instituições brasileiras, ainda precisam evoluir muito, pois o investimento em sustentabilidade, geralmente ainda é visto como despesa e tem pouca disseminação. Daí a importância de líderes com mais atitudes e menos discursos, que efetivem planos de trabalho, apesar dos desafios.

É preciso avançar em ações e políticas voltadas para alcançar mais justiça social, mais resultados econômicos e menos impacto ambiental, priorizando as economias circular, criativa e colaborativa, a prevenção de resíduos, a inclusão social e as energias renováveis, como metas estratégicas para a governança pública sustentável.

Sustentabilidade e governança

Os temas sustentabilidade e governança são complexos e exigem visão de longo prazo. Quem assim não perceber, talvez não tenha dimensão dos problemas ambientais existentes, tais como mudanças climáticas, aquecimento global, desmatamentos, queimadas, dentre outros.

As dimensões sociais, ambientais, culturais e econômicas da sustentabilidade, devem ser consideradas nas decisões de governos. Nos tempos atuais é cada vez necessário a existência de lideranças convincentes e criativas, que seja elo de ligação entre a adoção de práticas sustentáveis e o fortalecimento da governança nas organizações.

Regina Medeiros Amorim

Gestora de Turismo e Economia Criativa. Paraibana, sertaneja, natural de Santa Luzia. Em 1976 mudou-se para a capital paraibana. Viveu em Maceió (Al) de 1989 a 1999.  Radicada em João Pessoa desde 2000.

Trabalha no Sebrae da Paraíba. Mestre em Visão Territorial e Sustentável do Desenvolvimento, Pós-graduada em Gestão e Marketing do Turismo. 

*Dama Comendadora do Turismo – Comenda Cruz do Mérito do Turismo – Câmara Brasileira de Cultura. (Outorga de Notáveis da Região Sul em Foz de Iguaçu e demais regiões do Brasil – Foz do Iguaçu-PR, em 14/05/22).

Facebook: https://www.facebook.com/regina.medeirosamorim

E-mail: reginaamorim1256@gmail.com


Edição: Josy Gomes Murta


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