O talento criativo e empreendedor é a base do desenvolvimento territorial

Por Regina Medeiros Amorim


Para construir cidades criativas e inteligentes é preciso priorizar um modelo de governança participativo, construir uma visão compartilhada, que transforme os desafios e as oportunidades do presente, em um futuro impactante e desejado pelas pessoas que habitam no território.

Mais do que nunca, as empresas e as pessoas criativas e talentosas são fundamentais para criar áreas de inovação, ampliar o desenvolvimento das novas economias, além de contribuir para a produção de novos produtos e processos inovadores.

É possível definir nas cidades, ambientes concebidos e selecionados para atrair pessoas empreendedoras, áreas de inovação ou distritos criativos, com a infraestrutura necessária e a presença de entidades técnicas, tecnológicas, educacionais e sociais, que potencializem o conhecimento e o desenvolvimento econômico sustentável do lugar.

Inovação e conectividade

O talento criativo e empreendedor é a base do desenvolvimento territorial, que gera inovação e conectividade com a cidade. Criar esse ambiente capaz de atrair empresas e talentos é um desafio político, que exige planejamento e estratégias de desenvolvimento, essenciais para um novo cenário de competitividade e competição urbana.

A transferência de modelos de uma cidade para outra, não garante a transferência de resultados. Cada cidade deve criar a sua imagem de desenvolvimento, que atraia e envolva pessoas qualificadas, criativas e empreendedoras.

As cidades funcionam como um ecossistema de inovação, um ambiente que promove articulações entre diferentes atores, que enxerga a inovação como força motriz para o desenvolvimento social e econômico.

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As entidades técnicas, empresas, governo e a sociedade são os agentes desse ecossistema, que juntos contribuem para as transformações urbana, econômica e social, que proporcionam a melhoria e a revitalização das cidades.

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O governo municipal tem papel fundamental na transformação urbana, econômica e social. As entidades contribuem com ciência, tecnologia e empreendedores qualificados para o ecossistema. As empresas no território, impactam na transformação econômica, na geração de empregos, oportunidades de negócios e investimentos. A sociedade organizada é a força que move a inovação, possibilitando que os ecossistemas criem mecanismos e soluções para os problemas reais e locais.

Para que uma cidade se desenvolva é essencial que se defina um projeto coletivo, cujos atores compartilhem de uma visão comum. Pensar coletivamente é o melhor caminho para se construir uma cidade criativa e inteligente.

Os projetos da gestão pública precisam de mecanismos de participação e contribuição das organizações e das pessoas, para enriquecê-los, gerar pertencimento da população e compromisso com os resultados. É importante que toda a comunidade conheça os projetos de desenvolvimento, através dos meios de comunicação locais e que finalmente toda a comunidade conheça a visão de futuro, os valores da inclusão, da sustentabilidade e da inovação inseridos em cada projeto, bem como o papel entidades técnicas, empresas, governo e demais atores envolvidos no processo de construção coletiva.

Fundamental

É fundamental que os poderes constituídos tenham consciência e respeito à sociedade civil organizada que representa a população local. Quando há seriedade e vontade política de contribuir efetivamente para o desenvolvimento local, para reinventar as cidades e torná-las mais atrativas e inovadoras, as representações das comunidades, das entidades, universidades e da iniciativa privada, precisam ser ouvidas e valorizadas. A contribuição coletiva é sábia e visionária, pela sua capacidade de vencer desafios urbanos, econômicos, sociais e de transformar a realidade existente numa situação desejada.

As transformações das cidades vão além da vontade política de um mandato temporário de quatro anos de governantes eleitos. Elas requerem projetos de médio e longo prazos, que tenham uma governança comprometida com as ações propostas e os projetos que promovam o bem-estar dos cidadãos.

A mudança de uma cidade que pensa como economia tradicional para uma cidade da economia do conhecimento ou da economia criativa é uma excelente estratégia para atrair investimentos, pessoas qualificadas e turistas.


Regina Medeiros Amorim

Gestora de Turismo e Economia Criativa do Sebrae/PB. 

Paraibana, sertaneja, natural de Santa Luzia. Em 1976 mudou-se para a capital paraibana. Viveu em Maceió (Al) de 1989 a 1999.  Radicada em João Pessoa desde 2000.

Bacharel em Economia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Especialização em Gestão e Marketing do Turismo pela Universidade de Brasília (UNB). Mestrado em Visão Territorial para o Desenvolvimento Sustentável, pela Universidade de Valência – Espanha. 

Dama Comendadora do Turismo – Cruz do Reconhecimento do Mérito do Turismo – Cruz do Reconhecimento Social e Cultural (Câmara Brasileira de Cultura | Foz do Iguaçu-PR, 14/05/22 | Campina Grande-PB, 5/11/22).

Facebook: https://www.facebook.com/regina.medeirosamorim

E-mail: reginaamorim1256@gmail.com


Edição: Josy Gomes Murta


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