OSPB apresenta o 8º Concerto Oficial da Temporada 2018
Nesta quinta-feira (13), às 20h30, na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa (PB) a Orquestra Sinfônica da Paraíba (OSPB) apresenta o 8º Concerto Oficial da Temporada 2018.
O maestro paulista Lutero Rodrigues, membro da Academia Brasileira de Música, que já atuou como diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica da Paraíba, está novamente em João Pessoa para voltar a reger a OSPB. Ele é o regente convidado e terá no programa a primeira audição mundial da obra “Dança do Chefe”, do compositor brasileiro Hekel Tavares.
Outro músico convidado para esta apresentação é o premiado pianista, também paulista, Lucas Bojikian, que atuará como solista da peça de abertura desta apresentação da OSPB, o “Concerto para Piano nº 1, em Dó Maior, Op. 15”, de Ludwig Van Beethoven (1770-1827), compositor alemão do período de transição entre o Classicismo e o Romantismo – Um dos mais respeitados e mais influentes de todos os tempos.
Em seguida, será a vez da estreia da obra de Hekel Tavares (1896-1969), compositor, maestro e arranjador nascido na cidade de Satuba, Estado de Alagoas. Sua maior paixão a música popular, principalmente as canções dos cantadores de desafios e dos reisados, responsável pela criação da música situada na fronteira do erudito e do popular.
Encerrando a apresentação, a OSPB vai mostrar uma obra do compositor de música erudita, arranjador e estudioso da música brasileira, César Guerra-Peixe (1914-1993), nascido em Petrópolis, Rio de Janeiro. A música é “Museu da Inconfidência (Entrada, Cadeira de Arruar, Panteão dos Inconfidentes e Restos de um Reino Negro)”.
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“O que eu destaco das peças do programa são exatamente as peças brasileiras”, disse o maestro Lutero Rodrigues.
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Maestro: a expectativa
“Essa peça do Hekel Tavares faz parte de um poema sinfônico dele chamado Anhanguera e é uma peça típica do Hekel Tavares, muito bem pensada e orquestrada. É uma peça curta, não é de muita expectativa de tempo, mas costuma agradar muito, como toda obra do Hekel. Ele é um compositor que sempre o público teve muito interesse em ouvir e em todo lugar em que a música dele é apresentada é um sucesso espontâneo. Nós vamos fazer uma primeira audição e a minha expectativa é muito boa com relação ao resultado final da peça”, destacou.
Museu da Inconfidência: uma das melhores obras
De acordo com o maestro, “Museu da Inconfidência” é uma das melhores obras de Guerra-Peixe. “É uma obra inclusive de um conteúdo emocional muito grande, porque ela foi feita sob uma grande emoção do compositor. Ele foi fazer uma visita ao Museu da Inconfidência, em Ouro Preto, Minas Gerais, e lá ele se emocionou muito ao ver tudo aquilo que estava ligado à Inconfidência Mineira, tanto o contexto cultural, ou seja, os costumes mineiros, os costumes da época, que estão retratados ali, quanto a repressão terrível que os inconfidentes receberam, sobretudo Tiradentes, que foi simplesmente a principal vítima de todo aquele movimento”.
Especialidade de Guerra-Peixe
Lutero Rodrigues explicou que a especialidade de Guerra-Peixe era sempre fazer composições sobre um assunto determinado, sobre um texto, ou seja, aquilo que costumou chamar de música programática, a música construída em cima de um argumento qualquer exterior à música. “Ele então, um mestre em fazer esse tipo de obra, com todo aquele conteúdo emocional que passou ali, fez uma das suas melhores obras, mais emocionante, que é justamente essa, chamada Museu da Inconfidência. Há momentos de grande emoção, outros mais alegres, como o final. É uma das peças mais belas, mais importantes da música brasileira do século vinte”.
Voltar à Paraíba
Ele destacou também a emoção de voltar à Paraíba. “Pra mim tem muito significado porque eu fui diretor artístico e regente da Orquestra da Paraíba num período muito importante da minha vida e também da vida da orquestra, quando, não fazia muito tempo, a orquestra tinha sido regida pelo maestro Eleazar de Carvalho, daí uma grande responsabilidade. E a orquestra era uma das melhores do Brasil, talvez tenha sido até a melhor naquela época, então foi um trabalho que me fez muito bem naquele momento. Foi inesquecível pra mim, algo de importância tremenda na minha vida e eu tive uma relação ótima com os músicos da Paraíba e alguns deles eu cheguei a convidar várias vezes pra fazer festivais no Sul”, contou.
Convite
“Queria convidar o público de João Pessoa para vir assistir a nosso concerto. Será um grande prazer ter a presença do público paraibano, um público que eu sei que conhece música, que gosta de música.Eu já tive muitos bons momentos na Paraíba e conheço qual é o critério de avaliação do público da Paraíba, que já teve grandes maestros e grandes orquestras. Eu reitero o convite para assistir ao nosso concerto e espero que seja do agrado desse público especial da Paraíba”, finalizou o maestro.
Lutero Rodrigues – regente convidado
O regente paulista Lutero Rodrigues estudou violino e mais tarde, piano, concluindo o curso de regência na Universidade de São Paulo (USP), em 1980. Até então havia atuado como regente coral, à frente de vários grupos, destacando-se o Madrigal Klaus-Dieter Wolff, que recebeu o prêmio de melhor coral do ano de 1980, outorgado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte/APCA.
Nos três anos seguintes, continuou seus estudos na Alemanha, na Escola Superior de Música de Detmold, sob a orientação de Martin Stephani. Durante este período, estudou também com Sergiu Celibidache.
De volta ao Brasil
No ano de 1984 Lutero Rodrigues voltou ao Brasil e desenvolveu intenso trabalho voltado à formação de músicos, atuando como regente da Orquestra Sinfônica Jovem do Conservatório de Tatuí, de 1985 a 1987, e da Orquestra Sinfônica Juvenil do Litoral, de 1984 a 1991.
Durante 12 anos, de 1986 a 1998, foi regente da Orquestra de Câmara da Cidade de Curitiba, com a qual realizou várias turnês nacionais e concertos no México e Dinamarca. Na temporada de 1992, foi regente titular e diretor artístico da Orquestra Sinfônica da Paraíba.
Coordenação e direção
Coordenou e dirigiu eventos, cursos e festivais de música, destacando-se o Festival de Inverno de Campos do Jordão, do qual foi diretor artístico durante quatro anos, de 1987 a 1990, e as Oficinas de Música de Curitiba.
De 1996 a 2003, foi regente titular e diretor artístico da Orquestra de Câmara Theatro São Pedro, de Porto Alegre.
De 1998 a 2005 foi regente da Sinfonia Cultura, Orquestra Sinfônica da Rádio e TV Cultura, da qual tornou-se também, a partir de 1999, seu coordenador musical. Com esta orquestra que, durante a sua existência, foi aquela que maior número de composições brasileiras executou em todo o país, realizou centenas de gravações radiofônicas e dezenas de gravações para a televisão, além de várias gravações de trilhas de cinema, vinhetas e acompanhamentos de grupos de balé.
Exterior
Como regente convidado, já dirigiu as principais orquestras brasileiras e atuou também no exterior, na Alemanha, Costa Rica, México, Espanha e Dinamarca.
Tendo regido um amplo repertório internacional, dedicou-se cada vez mais, nos últimos 20 anos, à pesquisa, divulgação e interpretação do repertório brasileiro.
Realizou inúmeras revisões e editorações de obras ainda em manuscritos, preparando-os para serem executados. Dedica-se também à execução de obras brasileiras de autores contemporâneos, tendo participado de diferentes edições da Bienal de Música Brasileira Contemporânea da Funarte e realizado ao longo da carreira mais de uma centena de estreias mundiais.
Musicologia
Na área de musicologia, produziu numerosos textos sobre diversos compositores brasileiros e suas obras, vários deles publicados, com ênfase nas linhas de Análise e Interpretação, bem como História, Estilo e Recepção.
Em 2012 lançou pela Editora Unesp o livro Carlos Gomes – Um tema em questão: a ótica modernista e a visão de Mário de Andrade.
É doutor em musicologia pela Escola de Comunicações e Artes da USP, em 2009, e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Artes-Música, do Instituto de Artes da Unesp, em 2001.
Foi eleito membro da Academia Brasileira de Música em 2002.
Lucas Bojikian – solista (piano)
Lucas Bojikian é Bacharel em piano pelo Instituto de Artes da Unesp, iniciou seus estudos de piano aos 5 anos de idade, na cidade de Bauru, São Paulo. Sua formação pianística contou com a orientação de Regina Damiatti, Eda Pinto, Neusa Maria Ferreira, Miriam Braga, Nely de Alencar, André Rangel e Marisa Lacorte.
Obteve premiações em concursos de piano em que se destacam: 3º lugar – Concurso ArtLivre – 2005 e 1º lugar – Concurso Souza Lima – 2005.
Master-classes
Em 2004 foi bolsista do Festival Internacional de Campos do Jordão. Tem participado de master-classes com importantes pianistas, como: Richard Bishop, Sônia Rubinsky, Flávio Augusto, Gilberto Tinetti, Jean Louis Steuermann e James Dick.
Trabalhou como pianista correpetidor do departamento de Canto da Unesp e como pianista da Formação de Euritimistas no Brasil. Como professor, ministra aulas particulares desde os 15 anos de idade. Foi professor do Cemasp, Escola Rudolf Steiner e Escola Micael, em São Paulo.
Em 2008 trabalhou no Festival de Ópera de Manaus, como pianista correpetidor da ópera “Maria Golovin” e “Requiem” de Verdi e como maestro interno das Óperas “João e Maria” e “Turandot”. No mesmo ano foi convidado para correpetir a estreia no Brasil da ópera “Le Villi”, de Puccini, no Teatro Municipal de São Paulo e tocar a parte da celesta, junto à orquestra, na ópera “Ariadne AufNaxos”, de Strauss.
Musicais
Passou um período no teatro Amazonas, onde realizou várias apresentações junto ao coro, à Filarmônica e à Orquestra de Câmara de Manaus. Em 2009 ficou em cartaz com o musical “Hairspray”, com direção de Miguel Falabella, onde atuou como pianista correpetidor e integrante da orquestra na temporada do Rio de Janeiro. Foi pianista das adições do musical “Gaiola das Loucas” e da preparação musical de Miguel Falabella e Diogo Vilela.
Em 2010 ficou em cartaz como integrante da orquestra do musical “O Rei e Eu”, com direção de Jorge Takla. Trabalhou como pianista correpetidor e integrante da orquestra do musical “O Médico e o Monstro”. Participou do projeto “Escola da Família”, apresentando-se como pianista da ópera “La Serva Padrona”, de Pergolesi, em várias escolas da periferia de São Paulo e região. No final de 2010 foi integrante (substituto) da orquestra do musical “A gaiola das Loucas”, com direção de Miguel Falabela.
Orquestras
De janeiro a julho de 2011 foi pianista ensaiador e integrante da orquestra do musical “Evita”, com direção de Jorge Takla. Foi integrante da orquestra do musical “Cabaret”, durante toda temporada de 2011 a 2013, com produção e atuação de Cláudia Raia, direção de José Possi Neto. Foi pianista preparador e integrante da orquestra durante toda temporada do musical da Disney “O Rei Leão”, durante os anos de 2013 e 2014.
Em 2015 foi pianista do projeto “Casa da Ópera”, onde realizou várias apresentações em São Paulo capital e interior, da ópera “O Barbeiro de Sevilha”, como pianista preparador e integrante da orquestra.
Lucas Bojikian foi ainda componente da banca julgadora da prova para pianista das duas orquestras do Estado da Paraíba, OSPB e OSJPB.
Serviço
8º Concerto Oficial da Temporada 2018 da Orquestra Sinfônica da Paraíba
Regente: Lutero Rodrigues
Solista: Lucas Bojikian
Dia: 13/09/2018 (quinta-feira)
Hora: 20h30
Local: Sala de Concertos Maestro José Siqueira, no Espaço Cultural, João Pessoa
Ingresso: R$ 4,00 (inteira) e R$ 2,00 (meia)
Com informações: Secom-PB