Papa Francisco: Desejo convidar que se promova um jornalismo de Paz
Em sua mensagem para o “52º Dia Mundial das Comunicações Sociais, data celebrada no dia 13 de maio, o Papa Francisco convida-nos a reflexão.
Tema: «”A verdade vos tornará livres” (Jo 8, 32).
Fake news e jornalismo de paz»
[13 de maio de 2018]
O documento foi publicado no dia 24 de janeiro, memória de São Francisco de Sales. Doutor da Igreja, padroeiro dos jornalistas e e dos escritores católicos. É chamado de “o Santo Cavalheiro” por sua paciência e gentileza. O santo também ficou famoso por sua fé intensa e por sua abordagem gentil aos conflitos religiosos que inflamaram sua diocese durante a Reforma Protestante. São Francisco de Sales aceitou em sua casa um jovem com dificuldade de audição e criou uma linguagem de símbolos para possibilitar a comunicação. Essa obra de caridade conduziu a Igreja a dar-lhe um outro título: Padroeiro dos de Difícil Audição (surdos).
Numa mensagem dividida em quatro pontos o Papa utiliza para esclarecer o significado do termo “fake news”, como identificá-lo e como combatê-lo.
“Gostaria, assim, de contribuir para o esforço comum de prevenir a difusão das notícias falsas e para redescobrir o valor da profissão jornalística e a responsabilidade pessoal de cada um na comunicação da verdade.”
“Guardiões das notícias”
No texto, o Papa Francisco pede aos homens da comunicação que voltem aos fundamentos de sua profissão, ou melhor, à sua “missão” de jornalista, guardião das notícias.
O tema da mensagem é atual, porém o Papa recorda que no ano de 1972 o seu predecessor Paulo VI escolhera para o Dia das Comunicações Sociais o tema da informação “a serviço da verdade”.
O Papa foi enfático em sua mensagem: Precisamos de um jornalismo que “não queime as notícias”, mas busque sempre a verdade e seja sempre “comprometido a indicar soluções alternativas às “escalation” do clamor e da violência verbal”.
“Informar é formar, é lidar com a vida das pessoas. Por isso, a precisão das fontes e a custódia da comunicação são verdadeiros e próprios processos de desenvolvimento do bem, que geram confiança e abrem vias de comunhão e de paz.”
“Por isso desejo convidar a que se promova um jornalismo de paz, sem entender, com esta expressão, um jornalismo «bonzinho», que negue a existência de problemas graves e assuma tons melífluos. Pelo contrário, penso num jornalismo sem fingimentos, hostil às falsidades, a slogans sensacionais e a declarações bombásticas; um jornalismo feito por pessoas para as pessoas e considerado como serviço a todas as pessoas, especialmente àquelas – e no mundo, são a maioria – que não têm voz; um jornalismo que não se limite a queimar notícias, mas se comprometa na busca das causas reais dos conflitos, para favorecer a sua compreensão das raízes e a sua superação através do aviamento de processos virtuosos; um jornalismo empenhado a indicar soluções alternativas às escalation do clamor e da violência verbal.”
O pontífice conclui sua mensagem com uma oração inspirada em São Francisco:
Senhor, fazei de nós instrumentos da vossa paz.
Fazei-nos reconhecer o mal que se insinua em uma comunicação que não cria comunhão.
Tornai-nos capazes de tirar o veneno dos nossos juízos.
Ajudai-nos a falar dos outros como de irmãos e irmãs.
Vós sois fiel e digno de confiança;
fazei que as nossas palavras sejam sementes de bem para o mundo:
onde houver rumor, fazei que pratiquemos a escuta;
onde houver confusão, fazei que inspiremos harmonia;
onde houver ambiguidade, fazei que levemos clareza;
onde houver exclusão, fazei que levemos partilha;
onde houver sensacionalismo, fazei que usemos sobriedade;
onde houver superficialidade, fazei que ponhamos interrogativos verdadeiros;
onde houver preconceitos, fazei que despertemos confiança;
onde houver agressividade, fazei que levemos respeito;
onde houver falsidade, fazei que levemos verdade.
Amen.
Com informações: Mensagem do Papa Francisco para o LII Dia Mundial das Comunicações Sociais / Franciscanos / Wikipédia, a enciclopédia livre