Pele de tilápia é usada para tratar vítimas de queimaduras no Hospital Souza Aguiar

A pele da tilápia, peixe de água doce, está sendo usada para tratar pacientes vítimas de queimaduras graves. Ainda em fase experimental, o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, é o primeiro no estado a realizar o tratamento, que também é feito no Ceará. Segundo estudos médicos, a técnica é considerada simples, barata e menos dolorosa.

A técnica está em fase de avaliação pela Anvisa e passa por estudos nessa fase experimental. A pele da tilápia é rica em colágeno, resistente e elástica, o que contribui para a cicatrização em diferentes níveis.

A atadura feita com a pele do peixe tampa toda a ferida, como se fosse uma cola protegendo o local e pode permanecer na área queimada por vários dias.

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A vantagem é que o uso reduz a dor do paciente durante o tratamento e acelera a cicatrização.

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“Você vai ter uma cicatrização mais rápida da ferida. A ferida fica o tempo inteiro protegida, então o paciente sente muito menos dor. Não tem perda de proteínas e líquidos como se estivesse com a ferida exposta. E o tratamento fica muito mais simplificado porque, a partir do momento em que você coloca a pele, ela permanece por volta de dez dias ali. Então, quando ela sai ou vai sendo removida, a ferida já está cicatrizada”, explica a cirurgiã plástica Irene Daherbarra.

Esse tipo de tratamento está sendo testado no Ceará. No Rio, o Hospital Souza Aguiar é o primeiro a usar a técnica.

Joyce Santos foi a primeira paciente a usar a pele de tilápia. Ela teve 15% do corpo queimado com água fervente no dia 16 de dezembro. “Eu não senti dor nenhuma. Depois que foi cicatrizando, só coçou muito”, disse a paciente.

Foto: Reprodução

A pele de tilápia passa por vários tratamentos até ser totalmente desinfetada e estar pronta para uso. Antes de ser colocada na queimadura do paciente, ela é hidratada. E quando seca, ela é facilmente retirada da região afetada. Além disso, o uso desse tipo de curativo biológico deixa o tratamento mais barato.

No momento, o curativo pode ser usado em pacientes com queimaduras de 2º grau em até 30% do corpo. De acordo com a Associação Brasileira de Piscicultura, a tilápia representa mais da metade da produção de peixes de cultivo e é a espécie mais consumida do Brasil.

Bruno Conceição se queimou quando trabalhava na cozinha de um restaurante. O acidente aconteceu no domingo (5) e nesta quinta-feira (9) ele recebeu outro curativo de tilápia.

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“Eu estou achando maravilhoso. Foi rápido e deu para voltar a trabalhar”, contou Bruno.

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Foto: Reprodução

Em nota, a Anvisa informou que os responsáveis pelo tratamento devem procurar o órgão para iniciar o processo de registro e regularização. O Ministério da Saúde explicou que o SUS conta com centros de referência na assistência a queimados.

Em relação ao tratamento no SUS com o uso da pele de tilápia, o ministério informou ainda que não há procedimento disponível e que até o momento não recebeu nenhum pedido de incorporação do referido tratamento.


Com informações: G1

Edição: Josy Gomes Murta

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